A Prefeitura recebe solicitações para poda de galhos e árvores, após o corte, um picador potente transforma galhos, folhas e troncos em pedaços pequenos que são depositados num pátio especialmente preparado para este fim. São realizados procedimentos até que o material seja transformado em adubo orgânico
Uma parceria entre a Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp, câmpus de Botucatu, e a Prefeitura de Botucatu, por meio de sua Secretaria do Verde, Zeladoria e Banco de Alimentos, tem transformado resíduos de podas de árvores e restos de alimentos coletados, em adubo orgânico de ótima qualidade.
O processo funciona da seguinte maneira: a Prefeitura de Botucatu, por meio da Zeladoria (coordenada pelo Paulo Sergio Alves – Paulinho e a parte de poda pelo Almir Rogério Rodrigues) recebe solicitações de pessoas ou empresas instaladas na cidade para realizar a poda de galhos e árvores.
Após o corte, um picador potente acoplado a um caminhão transforma galhos, folhas e troncos em pedaços pequenos, medindo de 2 a 5 cm, que são depositados no Pátio de Compostagem de Resíduos, localizado dentro da Fazenda Experimental Lageado.
O Pátio, que é registrado junto à Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), foi especialmente preparado para este fim. Nele são tomados todos os cuidados para a preservação do ambiente, com relação a não ocorrência de odores ou a formação de chorume (líquido escuro que se desprende do material em decomposição quando muito úmido).
No entanto, somente as podas de árvores não geram um composto, uma vez que este material é rico em carbono e, portanto, não é uma "dieta" ideal para os microoganismos que irão transformá-lo em adubo orgânico, como relata o professor Roberto Lyra Villas-Bôas, da FCA. "É necessário misturar as podas com um material mais úmido e rico em nitrogênio, a fim de estabelecer um equilíbrio na umidade, na porcentagem de ar e nos teores de nitrogênio e carbono ideais no interior da pilha do composto".
O material que é misturado às podas de árvores provém do Banco de Alimentos de Botucatu, projeto desenvolvido por uma parceria da ONG Ação Cidadania e Prefeitura Municipal de Botucatu, sob coordenação da nutricionista Mariele Coral.
O Banco recebe frutas, legumes e verduras com algum defeito, mancha, batida ou qualquer outro dano que faz como que os supermercados os retirem das gôndolas. Ao invés de serem jogados no lixo, os alimentos são encaminhados para o Banco de Alimentos e lá são cortados, separadas as partes comprometidas, higienizados, ensacados ou são transformados em suco (frutas principalmente) e encaminhados para várias instituições assistenciais de Botucatu.
Atualmente, são mais de 20 fornecedores parceiros do projeto, incluindo alguns dos principais supermercados de Botucatu.
O resíduo não aproveitado pelo Banco de Alimentos é encaminhado para a Fazenda Lageado semanalmente, por meio da Secretaria do Verde, atividade coordenada pelo secretário Marcio Piedade Vieira.
No Lageado, os resíduos de alimentos são misturados com os resíduos de poda das árvores. Essas operações são acompanhadas semanalmente pelos engenheiros agrônomos Bruna Catoia e Daniel Nogueira Crepaldi, residentes das Fazendas de Ensino, Pesquisa e Extensão (Fepe) da FCA, e pela auxiliar agropecuária Rubya Mara Galvão.