Segundo o entendimento do arcebispo “somente Deus e o ser humano, sua imagem e semelhança, dotados de consciência, liberdade e inteligência, são capazes de dialogar”
Gesiel Júnior – especial para A Tribuna de Botucatu
Em vídeo divulgado nas redes sociais pela Pastoral de Comunicação na última segunda-feira, o arcebispo metropolitano de Botucatu, dom Maurício Grotto de Camargo, transmitiu sua mensagem de Natal aos católicos de toda a região.
“Natal é diálogo, é encontro de amor, não encontro para ver o que tirar do outro ou como torná-lo um zumbi em proveito próprio, muito menos encontro de confronto, de ódio, como Caim que mata o seu irmão Abel. Na verdade, essa atitude é de fechamento ao diálogo, de ausência de diálogo. Na verdade essa atitude é de fechamento ao diálogo, de ausência de diálogo”, afirmou no começo de seu pronunciamento de quatro minutos. “Natal – acentua o líder católico – é diálogo aberto, reaberto permanentemente, e sempre começa e recomeça com Encarnação, com a atitude de colocar-se no lugar e situação do outro, antes de qualquer discurso, palavreado ou, pior ainda, ideologia”.
Dom Maurício define o Natal “como Verbo, Palavra de Deus que se faz carne, habita entre nós, e nos ama até a morte, e morte de cruz. Ama, dialoga, até com os inimigos. Neste diálogo entre o céu e a terra, Deus e a humanidade, é sempre preferível morrer do que ferir ou matar. Pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado, é amando que se é amado, e é morrendo que se vive para a vida eterna”.
Segundo o entendimento do arcebispo “somente Deus e o ser humano, sua imagem e semelhança, dotados de consciência, liberdade e inteligência, são capazes de dialogar”. Portanto, para ele “nada justifica o fim do diálogo, nada justifica a separação, nós e eles. Nada justifica o ódio e a violência. Nada justifica o homicídio ou, pior ainda, o genocídio. Ninguém deve vingar a morte de Abel (Gên 4,15). Nada justifica o fim do diálogo porque quem assume esta atitude de fechamento faz a triste opção por desfigurar-se a si próprio, enveredar pelo caminho da desumanização”.
“Conhecemos, pela história – afirmou – o muito triste resultado de pessoas comunistas desumanizadas, pessoas fascistas desumanizadas e pessoas nazistas desumanizadas. Ou de pessoas autoritárias, salvadoras da pátria, que encontraram nestas ou em outras ideologias justificativas para também se desumanizarem. Jesus declara: amai até os vossos inimigos. É preferível morrer que optar pela desumanização”.
Concluindo seus votos, o arcebispo disse que “o Natal é um mistério muito maior, porém, que a simples humanização. Afinal, Deus se fez humano para que recuperássemos a graça de ser muito mais que humanos, divinos. Da parte de Deus o diálogo sempre esteve aberto e jamais será fechado. Ao menos no transcorrer do tempo e do espaço, enquanto é sempre possível restabelecer o diálogo. Da parte de Deus é sempre Natal”. Para ver e ouvir a mensagem completa clique em: