Fotos – Divulgação
Danielzinho mantinha a liderança, seguido pelo boliviano Héctor Flores e pelo etíope Belay Bezabh, mas no início da subida da Brigadeiro, perdeu a posição para o africano que venceu pela segunda vez a mais tradicional prova de rua do mundo
A Corrida de São Silvestre voltou a colorir as ruas de São Paulo no último dia do ano. No masculino, a vitória foi do etíope Belay Bezabh, quebrando o jejum de títulos do País. Já no feminino quem disparou e não tomou conhecimento das adversárias foi a queniana Sandrafelis Chebet.
Em sua 96ª edição, a prova foi realizada seguindo os protocolos sanitários e contou com cerca de 20 mil corredores, entre amadores e profissionais. Alguns usaram máscara facial, mas muitos optaram por não usar o equipamento de proteção. Em muitos trechos o asfalto estava molhado por causa da chuva que ocorrera horas antes.
A prova masculina começou com intensa disputa, com um grupo de brasileiros correndo em bloco e não deixando os representantes africanos disparar. Entre eles estavam Daniel do Nascimento, atleta nascido em Paraguaçu Paulista e que compete por Bauru, e André Luiz Silva. Com 12 quilômetros de prova, Danielzinho mantinha a liderança, seguido pelo boliviano Héctor Flores e pelo etíope Belay Bezabh e pelo queniano Elisha Rotich, este um pouco mais atrás.
No início da subida da Brigadeiro, Danielzinho e Belay começaram lado a lado. Faltando mil metros, o etíope abriu uma pequena distância para conseguir cruzar a linha de chegada com um certo conforto, marcando 44min54s. Danielzinho chegou na segunda posição, pouco depois, seguido pelo boliviano Flores.
Um brasileiro não vence a prova masculina há 11 anos. Em 2010, Marilson Gomes dos Santos foi o último atleta do Brasil a conquistar o primeiro lugar da São Silvestre. Danielzinho já havia sido o melhor brasileiro na última edição da São Silvestre, disputada em 2019 (11ª colocação). No ano passado a corrida não aconteceu por causa da pandemia de covid.
“Há dois anos, eu falei que ia evoluir muito. Agora eu consegui o segundo lugar na São Silvestre, e vamos continuar evoluindo. Quero agradecer a todo mundo que me apoiou. Eu iria vir ao Brasil para descansar, mas ganhei essa força dos fãs. É muito bom estar no pódio. Quando junta oportunidade com trabalho duro, dá certo”, comentou o brasileiro de 23 anos, que recentemente fez a segunda melhor marca mais rápida da história de um brasileiro na maratona.
Na prova feminina, logo de cara as duas favoritas do continente africano dispararam e abriram larga vantagem em relação às suas adversárias. Em ritmo forte, Sandrafelis Chebet (Quênia) e Yenenesh Dinkesa (Etiópia) aceleraram pelas ruas de São Paulo. Com dois terços da prova, Sandrafelis de descolou da rival e não deu brecha para nenhuma outra rival, abrindo uma distância considerável.
Depois de 50min06s, a queniana cruzou a linha de chegada, festejando a vitória e repetindo seu resultado de 2018, quando também foi campeã. Na segunda posição chegou a etíope Yenenesh, com mais de um minuto de diferença, seguida pela brasileira Jenifer do Nascimento, que deu um sprint no final e ficou à frente de Valdilene dos Santos, que acabou em quarto lugar. A também brasileira Franciene Moura completou o pódio.
“Depois de tantos anos, temos três brasileiras no pódio. É um percurso duro, uma prova difícil, e graça a Deus no final deu tudo certo”, festejou Jenifer, que estava esgotada após a linha de chegada.
Classificação
ELITE FEMININO
1º lugar: Sandrafelis Chebet – Quênia
2º lugar: Yenenesh Dinkesa – Etiópia
3º lugar: Jenifer do Nascimento – Brasil
4º lugar: Valdilene Santos – Brasil
5º lugar: Franciane Moura – Brasil
ELITE MASCULINO
1º lugar: Belay Bezabh – Etiópia
2º lugar: Daniel Nascimento – Brasil
3º lugar: Hector Flores – Bolívia
4º lugar: Elisha Rotich – Quênia
Cadeirantes
A categoria Cadeirantes trouxe campeões brasileiros na corrida de São Silvestre de 2021. No feminino, Josiani Nowacki levou a medalha especial de primeiro lugar, enquanto Leonardo de Melo terminou em primeiro lugar. Os dois fizeram o trajeto de 15 km, na Avenida Paulista, terminando em frente ao prédio da Fundação Cásper Líbero. Enquanto Leonardo já participou outras vezes da competição, Josiani entrou na pista pela primeira vez e mostrou-se muito contente.
Botucatu na SS
É tradição, já há vários anos, atletas de Botucatu participarem da Corrida de São Silvestre e nesta edição não foi diferente. Um grupo de atletas botucudos marcou presença entre os participantes fazendo parte dessa grande festa do pedestrianismo nacional. A melhor colocação de um botucatuense na prova aconteceu em 2007 quando Marildo José Barduco cruzou a linha de chegada na 5ª colocação, assegurando seu lugar no pódio, com o tempo de 00:47:35.
Naquele ano o vencedor foi o queniano Robert Cheruiyot (00:45:54), seguido do também queniano Patrick Ivuti (00:46:59). Na terceira colocação cruzou a linha de chegada o brasileiro Anoé dos Santos Dias (00:47:04). Fechou o pódio, com a quarta colocação, o colombiano Jacinto Lopes (00:47:21).