Geralmente, o diagnóstico da doença é feito de forma clínica, através de uma avaliação dermatológica a partir do histórico do paciente e o tratamento depende da extensão e da gravidade do quadro
Preservação da temperatura corporal e agente desintoxicante de nosso organismo: estas são duas das funções realizadas pelo suor no corpo humano. Mas a produção excessiva deste líquido, composto por 99% de água e sais minerais, traz dificuldades para a realização das atividades diárias e é classificada como uma doença, chamada de hiperidrose.
Segundo o médico dermatologista Juliano Vilaverde Schmitt, chefe do Serviço de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), esta condição clínica é mais comum em partes específicas do corpo, não se relacionando com a temperatura do ambiente ou com atividades físicas.
“Certas áreas possuem mais glândulas sudoríparas, como as palmas das mãos, as plantas dos pés, a região da face e as axilas, podendo ser mais suscetíveis à hiperidrose. Muitas vezes, as extremidades também apresentam uma temperatura mais baixa, parando de suar durante o sono”.
Dr. Juliano aponta que a doença pode ser dividida em dois tipos: primária ou secundária. “A hiperidrose primária não tem uma causa estabelecida. Provavelmente, há fatores genéticos envolvidos e começa, geralmente, na juventude, acometendo áreas específicas como palmas, plantas e axilas. Já a forma secundária é atrelada a alguma outra condição, seja neurológica, psicológica, psiquiátrica, infecções ou doenças endocrinológicas”.
Geralmente, o diagnóstico da doença é feito de forma clínica, através de uma avaliação dermatológica a partir do histórico do paciente. “Algumas medicações, principalmente psiquiátricas ou neurológicas, também apresentam a hiperidrose como efeito colateral”, aponta Dr. Juliano.
O tratamento depende da extensão e da gravidade do quadro, sendo possíveis diversas opções terapêuticas para combater a doença. “Principalmente em sua forma primária, as formas de tratamento podem ir desde a aplicação local de algumas soluções com sais de alumínio, a ingestão de alguns medicamentos que atuam no sistema nervoso periférico, a injeção de toxina botulínica nas áreas de sudorese até a realização de cirurgias que diminuem o estímulo neurológico das glândulas sudoríparas”, encerra.
Por – Maíra Masiero