Alunos da Faculdade de Agronomia de Botucatu atuam no levantamento de carbono em florestas de Rondônia

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Atividade faz parte das ações do Programa Brasil Mata Viva no Estado com a aplicação de programa para gerar unidades de conservação em mais de 60 mil hectares, com a expectativa de atração de novos recursos

 

Em audiência pública realizada em Porto Velho, capital de Rondônia, o Programa Brasil Mata Viva apresentou uma proposta de remuneração da conservação de Áreas de Preservação Permanente (APP) e reservas florestais diversas por meio da Cédula de Produto Rural (CPR) Verde.

Desde 2009, a Unesp, por meio da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA), da Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais (Fepaf) e da AUIN (Agência Unesp de Inovação) é a instituição coordenadora das atividades técnicas e científicas do Programa Brasil Mata Viva, que visa viabilizar remuneração financeira pelo desenvolvimento de projetos de preservação e conservação ambiental. O professor Iraê Amaral Guerrini é coordenador do Programa Brasil Mata Viva pela Unesp, juntamente com o professor Carlos Alexandre Crusciol.

A capital rondoniense sediou o lançamento da Expedição do BMV 2022 que deve gerar novas safras de Unidades de Conservação (UCs), iniciando pelo núcleo de produtores rurais, denominado Roosevelt Mata Viva. O Núcleo Roosevelt Mata Viva abrange o município e localidades próximas, com a aplicação do programa BMV para gerar unidades de conservação em mais de 60 mil hectares, com a expectativa de atração de novos recursos para a região.

O professor Guerrini e um grupo de alunos da FCA participaram do evento. Os estudantes da FCA já iniciaram o trabalho de campo destinado ao levantamento de carbono nas florestas do Núcleo Roosevelt Mata Viva. O trabalho deve continuar até a segunda semana de julho, quando a equipe retorna a Botucatu.

Hildon Chaves, prefeito de Porto Velho, destacou a importância da iniciativa, lembrando que a região tem condições de aumentar em até 20 vezes a produção de gado sem que para isso seja derrubada nenhuma árvore. “A agricultura também está consolidada com cada vez mais tecnologias. Hoje, a discussão é a remuneração desses produtores por esses serviços ambientais, sendo uma convergência entre a justa remuneração e, principalmente, a manutenção da floresta em pé”, explicou.

A audiência teve a participação do senador Confúcio Moura (MDB-RO), que disse acreditar ser possível reduzir e controlar o desmatamento na região amazônica, contanto que haja uma compensação financeira justa para incentivar os que preservam o bioma, cooperando para favorecer e manter um estoque de carbono.

“Isto será devidamente monetizado, certificado e serão oferecidos papéis, notas que os bancos possam aceitar e remunerar. E hoje, inclusive, havia dois bancos presentes nessa audiência pública: o Banco da Amazônia e um banco cooperativo. Isto sobre a compensação, o pagamento de serviços ambientais e a manutenção da floresta em pé é uma proposta extremamente histórica, importante”, salientou o parlamentar.

 “Eu gostaria que esse debate se ampliasse agora, no ano eleitoral, na campanha, para que os brasileiros pudessem ver, e nela acreditar, uma proposta ambiental segura, confortável e que inspirasse um respeito internacional pelo Brasil”, complementou.

Em 2021, um termo de cooperação foi formalizado entre o Programa de Modernização e Governança das Fazendas Municipais de Rondônia e Desenvolvimento Econômico-Sustentável dos Municípios (Profaz) e o programa de sustentabilidade ambiental Brasil Mata Viva (BMV). A ideia é que municípios que já aderiram ao Profaz possam, por meio dessa parceria, ter uma nova fonte de receita compensatória, gerada a partir da preservação das florestas.

Com informações de Agência Senado, Correio de Rondônia e Tudo Rondônia