Autor do crime foi julgado e condenado a 26 anos de reclusão em regime, inicialmente, fechado, sendo 16 anos por crime de tentativa de homicídio triplamente qualificado e 10 por estupro
Morreu nesta quarta-feira, de pneumonia, a garota Vitória Eduarda Proença Vaz, de 17 anos de idade, que sofreu um dos crimes mais bárbaros em Botucatu, especificamente na Avenida Rui Barbosa, Distrito de Rubião Júnior, quando tinha apenas 6 anos de idade, ficando com sequelas irreversíveis.
O laudo médico apontou que em razão das agressões, a menina ficou com sequelas irreversíveis. Ela sofreu debilidade mental permanente, não falava, não enxergava, não andava, não movimentava o lado esquerdo do corpo e precisava de ajuda para se alimentar e para higiene pessoal.
O autor do crime Fernando Souza, na ocasião com 28 anos, padrasto de Vitória, foi julgado e condenado a 26 anos de reclusão em regime, inicialmente, fechado, sendo 16 anos por crime de tentativa de homicídio triplamente qualificado e mais 10 anos por estupro. Pena imposta pela juíza da época, Adriana Toyano Fanton Furukawa, que presidiu o julgamento.
Relembrando o crime
De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público, “o réu tentou matar sua enteada desferindo contra ela socos e pontapés, causando-lhe os ferimentos de natureza gravíssima, só não sobreveio o resultado da morte por circunstâncias alheias à sua vontade”.
Também está descritos nos autos que na manhã daquele dia, Vitória dormia no sofá, onde acabou por urinar na calça, o que irritou o denunciado, que por não aceitar o comportamento da criança, colocou-a no seu colo e a violentou. Depois de abusar sexualmente da criança o homem passou a agredi-la de forma brutal desferindo-lhe socos e pontapés e arremessando-a, por várias vezes, contra a parede, deixando-a prostrada no chão, desfalecida.
Ainda de acordo com o promotor, a avó da criança, Sidinéia Proença da Silva, de 34 anos de idade, amasiada de Fernando Souza, percebendo barulho no interior da casa, foi em socorro da neta quando se deparou com o indiciado que segurava um facão e dizia que ia matá-la.
A avó socorreu a menina levando-a ao Pronto Socorro (PS) da Unesp, onde foi internada, em estado de coma, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com vários ferimentos pelo corpo, principalmente na cabeça e hemorragia vaginal. Depois do crime o autor fugiu e só foi capturado semanas depois do crime.
Outro detalhe levantado, na ocasião, é que a menina estava morando com sua avó (amasiada de Fernando), em razão de a mãe haver se separado do marido para viver maritalmente com outro homem. O pai biológico da menina, José Eduardo, estava buscando o direito na justiça de ficar com a guarda da criança quando tudo aconteceu.
Sidinéia chegou a ficar presa por 60 dias, suspeita de ter sido conivente com os atos de brutalidade praticados pelo amásio, mas acabou sendo liberada. Ela, que seria a principal testemunha do crime, morreu vítima de um câncer.