Hospital das Clínicas de Botucatu apresenta tratamento e sobrevida em idosos com câncer de pulmão

O trabalho acompanhou 50 pessoas com câncer de pulmão, com idade aproximada de 70 anos, que não podiam operar e não podiam fazer radioterapia e quimioterapia simultaneamente

Estudorealizado por pesquisadores italianos do Hospital S. Maria de Terni em parceria com o Serviço de Radioterapia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu – Unesp (HCFMB) apontou que um tipo de tratamento radioterápico contribui com a qualidade de vida e a sobrevida de pacientes com câncer de pulmão. O trabalho foi publicado no International Journal of Radiation Oncology Biology and Physics, a mais conceituada revista de radioterapia do mundo.

Denominado Radioterapia Ablativa Estereotáxica (SAbR), o trabalho acompanhou 50 pessoas com câncer de pulmão, com idade aproximada de 70 anos, que não podiam operar e não podiam fazer radioterapia e quimioterapia simultaneamente.

Esses pacientes geralmente mais idosos e frágeis não aguentam os efeitos colaterais do tratamento convencional, e nosso experimento permitiu que estas pessoas tivessem uma alternativa diante da gravidade do caso”, explica Gustavo Viani, Chefe do Serviço de Radioterapia do HCFMB.

Tratamento

Os pacientes selecionados estavam no estágio III do câncer e quase metade tinha o subtipo chamado carcinoma espinocelular (CEC). Os pesquisadores utilizaram uma técnica de radioterapia moderna (SAbR com Arcoterapia Volumétrica – VMAT) que ministra altas doses do medicamento em cinco sessões. “A dose variou conforme o paciente. O planejamento foi bem preciso, com ajuda de PET-CT (exame de imagem para detectar e monitorar o câncer)”, explica Viani.

Análise e Resultados

O objetivo dos pesquisadores foi analisar quanto tempo os pacientes viveram no total (sobrevida global), quanto tempo ficaram sem a piora do seu quadro clínico, se o tumor voltou ao local, se tiveram efeitos colaterais e o que poderia prever se o câncer retornaria ou não.

Os resultados registraram sobrevida dos pacientes. Além disso, 26% ainda estavam estáveis após cinco anos, 88% dos pacientes estavam bem no primeiro ano e 64% ainda estavam com controle local no terceiro e quinto anos e nenhum paciente teve efeitos colaterais graves. “Em alguns casos em que o tumor voltou, foi possível fazer o mesmo tratamento de novo com segurança”, pontua Viani.

“O estudo concluiu que a modalidade terapêutica tem boa chance de controlar o câncer, poucos efeitos colaterais e preserva a possibilidade de usar imunoterapia posteriormente”, finaliza o especialista.

Por – Vinícius dos Santos