COLUNISTA

18/08/2020
A TEMEROSA VONTADE DE AJUDA POLÍTICA BRASILEIRA NO LÍBANO

          O acidente ocorrido na região do porto de Beirute-Líbano, no início deste mês que chocou o mundo por tamanha e devastadora força de explosão, que suscitou a atenção global quanto a condição socioeconômica do povo libanês, sobretudo os mais necessitados. Situação que veio à tona em outubro de 2019, quando distintos grupos, que por questões políticas religiosa diametralmente opostos não se união, estes foram de braços dados protestar contra o sectário e corrupto governo libanês, condição antes nunca vista no Líbano, ou seja, grupos rivais se unido em torno do mesmo objetivo, o de frear a crise socioeconômica que abateu o país de meus pais e avós, terra de origem dos valores e sangue cristãos que corre por minhas veias.

          Cito como brasileiro descendente direto de pais libaneses e apaixonado pelo Líbano e seu povo, ao referir a minha origem cristã atento, pois lá a questão religiosa tem profunda importância no Líbano e seu Estado, o que se repete pelo Oriente Médio, pois lá no Líbano quase tudo tem robusta e inegável distinção vinda do olhar clérico dos interesses político-religioso, ou seja, a divisão entre os cristãos nos ramos Maronita e Ortodoxos. Os Maronitas como meus quatro avós, pais, tios, primos e familiares seguem a Roma, e os Ortodoxos seguem ao patriarca grego. Os muçulmanos, que hoje são maioria no Líbano, têm seus ramos mais expressivos entre os xiitas e sunitas, sendo os xiitas os que creem que o califa que para estes é igual ao chefe de Estado e herdeiro de Maomé o profeta, que deve ter sua eleição feita somente com a participação dos próprios muçulmanos. E os xiitas, o profeta e sucessor real deve ser Ali (601-661), que foi genro de Maomé, e esse é que devem conduzir sobre todos os aspectos, o Estado libanês. O Líbano tem dezoito denominações religiosas, mas o povo libanês não vota na escolha direta de seu Presidente e do Primeiro Ministro, eles elegem seus deputados por região, e estes escolhem o Presidente e o Primeiro Ministro, sendo que o Presidente constitucionalmente devem ser cristão Maronita e O Primeiro Ministro muçulmano.

          Constituição legada pela França por volta de 1946, quando ela deixa o Líbano como seu protetorado, mas as relações se mantêm fortes até hoje, e este entendo eu, ser o melhor caminho para se iniciar uma coalizão de real ajuda e atuação dentro da política e finanças do Líbano. Assim há chance, de não haver influência de grupos políticos organizados, e acabarem por beneficiar um lado em detrimento do outro.

           Considerando que a França, Alemanha, Suécia e outros europeus que estão bem mais perto do Oriente Médio que o Brasil, e ajudem na crise econômica social, e vale ressaltar que não temos um histórico diplomático recente de sucesso no Oriente Médio, basta relembrar a estúpida e inadequada atitude ideológica de Lula na presidência em 2009, ao dar público apoio ao Irã na questão das armas atômicas, desconsiderando todos os demais vizinhos e atores políticos na região do Golfo Pérsico e Israel, gigante potência econômica e militar no Oriente Médio.

          Espero que Temer cumpra seu papel emblemático na nossa diplomacia, pois a presença de um ex-presidente da república, demonstra o quanto o Brasil considera o Líbano, e por consequência os países árabes, e assim oxalá Temer não cai na tentação de em nome de Bolsonaro opinar ou apontar caminhos na complicada política libanesa que é uma caixa de pandora. Bolsonaro agiu rápido enviando pela FAB, 17 toneladas de diversos produtos entre alimentos e primeiros socorros.

          Não é interessante o Brasil se meter nas questões políticas libanesa, pois lá com aqui, padece a classe política e suas lideranças da sabedoria Bíblica deixada por Deus pai e criador.

 

                             Os justos florescerão como a palmeira, crescerão altaneiros como o cedro do Líbano – Salmo 92-12

 

Antônio Roberto Mauad – Turquinho. MBA em Administração Pública e Gerência de Cidades, colaborador desta mídia


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