COLUNISTA

08/01/2021
ENTENDENDO O QUE VEM A SER A EFICÁCIA DA VACINA

           Nesta tola e inglória disputa pela paternidade no uso da vacina contra a COVID-19, iniciada pelo governador paulista João Doria e o presidente Bolsonaro, a questão da eficácia da vacina gera desconfiança na população, como por exemplo o que é 50%, 78% ou 90% de eficácia? Busque informações na matéria de Natalia Pasternak, pesquisadora visitante do Instituto de Ciências Biomédicas ICB/USP, e presidente do Instituto Questão de Ciência.

          A vacina, por ser um imunizante que se mantém ativo e circulando no organismo humano por determinado período, esta deve ser testada inicialmente em grupo de animais, e placebo em outro grupo animais, sendo que o placebo é uma vacina de sem efeito, e se espera certo tempo, um mês em geral, e afere se a vacina provocou uma resposta imune nos animais a ela submetidos, havendo nestes a produção de anticorpos e outras células protetoras. Se sim, segue para a parte onde inocula-se nos animais o vírus, e se aguarda para ver quantos adoeceram, esta parte normalmente só pode ser realizada com animais, devido às questões éticas dificilmente faz em humanos.

          Se der bom resultado nos animais, demonstrando ser capaz de protegê-los contra a doença, iniciasse fase dos testes em humanos, envolvendo quatro fases: 1º aplica-se a vacina em um grupo pequeno de indivíduos, para verificar se é de fato segura, se nenhum indivíduo teve efeitos adversos graves ou ficou adoecido. 2º vacina-se um grupo ampliado de voluntários, e novamente avalia-os tal qual nos animais, para ver se a vacina foi efetiva e gerou uma resposta imune. Se a vacina foi bem nas fases 1 e 2, ela se encontra pronta para a fase 3, onde ocorre o teste de eficácia.

          Ressalta-se que os resultados da fase 2, onde se verifica que vacina é capaz de avivar o sistema imune, ainda assim não contam como prova de eficácia, sendo que não basta ativar a resposta imune, mas se faz necessário ver se a resposta de fato combate a doença, o que se verifica com a avaliação da fase 3.

          Repete-se a metodologia anterior dividindo em dois grupos de pessoas, onde recebe a vacina, e outro o placebo, porém, não se infecta ninguém e assim se espera que as pessoas adoeçam naturalmente, no decorrer de suas atividades normais. Caso a vacina funcione nos humanos, ela deverá apresentar maior número de casos da doença no grupo placebo e, esperado que não haja nenhuma ocorrência no grupo vacinado, situação rara de ocorrer. A cada adoecimento registra-se sendo um evento, pois precisa de determinado número de eventos para poder estabelecer o valor estatístico adequado e assim proceder a uma boa comparação dos grupos vacina e placebo, para poder com segurança dizer que a diferença no número de eventos entre os grupos grupo e outro é resultado da vacina, e não um acaso.

          Enfim creio que se pode esperar que a vacina proteja quase que a totalidade das pessoas, por exemplo, protege 95 de cada 100 pessoas que tomam a vacina imunizante. Já a vacina de 50% de eficácia vai proteger 50 pessoas em 100. Porém, a vacina de 95% é a melhor? Não necessariamente, ainda que, a eficácia maior da vacina de 95% é desejável, contudo isso não quer dizer que devemos descartar vacinas com eficácia menor. O cálculo de eficiência se dá a partir da capacidade da vacina em prevenir a doença.

          Entre outros fatores e aqui quem escreve é um totalmente leigo neste tema, para que a pandemia passe a ser manejável do ponto de vista sanitário, se torna necessário precisamos que a população tome a vacina. Pois uma vacina só será boa quando tiver a adesão da população a vacina, e as avaliações avançaram mais ainda, isto não mesmo significa que seremos cobaias, mas que haverá melhorias na vacina.

          O que adianta uma vacina de 50%, 78%, 90% ou outra porcentagem acima dos 50% de eficácia, se não houver aceitação da população? Pois possivelmente a vacina de 50% ou 60% de eficácia, e sua ampla cobertura junto a população, tem a capacidade de reduzir os casos graves, ou seja, a tão desejada imunização de rebanho que em alguns anos estar em altos graus de imunidade da população

 

               A confiança é um edifício difícil de ser construído, fácil de ser demolido e muito difícil de ser reconstruído.  Augusto Cury, paulista de Colina, psiquiatra, professor e escritor brasileiro.

 

Antônio Roberto Mauad – Turquinho. MBA em Administração Pública e Gerência de Cidades, colaborador desta mídia 


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