COLUNISTA

13/08/2021
O CENTRÃO E A DERROTA DA PEC DO VOTO IMPRESSO

Foto - Diivulgação

A derrota do governo Bolsonaro na votação da PEC 135/19 do voto impresso, contou indiscutivelmente com a participação de boa parte do Centrão, os nem tanto “aliados do presidente" dentro do Congresso, mas que compõe o governo desde 2012, ocupando alguns cargos. Os 81 deputados do PL, liderados Valdemar Costa Neto, e do Progressistas norteado pelo atual ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, 27 deputados foram favoráveis a inclusão de mais um meio de apuração.

Triste episódio ocorrido na terça feira 10/08, a Câmara dos Deputados rejeitou a proposta, da deputada Bia Kicis PSL-DF, tendo o governo conseguido apoio de 229 deputados, mas, foi insuficiente para uma emenda constitucional que precisa de 308 votos nas duas votações, ficando na conta do Centrão a diferença de 79 votos, sendo que 36 parlamentares foram contra, e 18 simplesmente não votaram, para termos maior transparência na apuração eleitoral, uma covardia que o Centrão sabe bem protagonizar, e nós brasileiros calamos frente a esta e outros fatos deletérios.

Fato que leva o cidadão a questionar, que apoio de fato é este do Centrão, se em uma relevante alteração na Constituição, e que o Presidente demonstrou ser necessária oferecendo para tanto, prova vinda de inquérito da Polícia Federal quanto a fragilidade e violabilidade do sistema eletrônico eleitoral, além de contar com o apoio de grande parte da população, simplesmente o Centrão se nega a apoiar, pois seu núcleo duro demonstra não quer dar maior transparência ao sistema eleitoral atual, o qual parece perpetuar quem está no Poder Legislativo?

Desolador novamente cair por terra, uma boa proposta que agregaria maior transparência ao sistema eleitoral eletrônico, onde se imprimiria o voto depositando-o automaticamente em um recipiente lacrado e acoplado na urna eletrônica, onde o eleitor teria somente contato visual de sua escolha também registrada em papel, o que em nada gera retrocesso a nossa democracia.

Lamentável e desesperançoso assistir parte da sociedade desdenhar das provas e situações apresentadas por deputado e pelo Presidente da República, quanto a fragilidade de nosso sistema eleitoral eletrônico, bem como demonstrado a manipulação que pode de fato ocorrer no momento da totalização dos votos em Brasília, ver de forma inusitada um Ministro do STF em plena caminhada no Congresso falando com líderes de bancadas posicionando-se contra o voto impresso, em clara e inegável interferência entre os Poderes, pois o contrário não se vêm, ou seja, deputados indo ao STF pedir para serem aliviados de suas pendências para com a Justiça.

Cético me torno cada vez mais, ao não crer em uma reforma política que possa tirar o Brasil dos grilhões da política do compadrismo e clientelismo, instituída há décadas. Desse modo, uma reforma política feita com o atual quadro de congressistas nada mudará, pois, os que estão no Poder e amparados por leis que privilegiam os detentores de mandato, não vão legislar contra si e o sistema que os elegeram e ajuda a mantê-los no Poder. Assim entendo, ainda que utópico, que a reforma política deve vir da sociedade civil organizada, e a pensar-se em uma forma de constituir este grupo de cidadãos que ouvirá, estudará e elaborará está tão necessária reforma política.

                       A alternância de poder é a condição sine qua non para a manutenção da democracia. - Walmir Celso koppe, engenheiro, escritor e artista plástico brasileiro.

Antônio Roberto Mauad – Turquinho. MBA em Administração Pública e Gerência de Cidades, colaborador desta mídia.


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