COLUNISTA

01/12/2020
CHEGOU DEZEMBRO

É daí? – pergunto. O que é que muda na história da humanidade esse fato? O que vai acontecer de diferente? Em primeiro lugar, os derrotados nas eleições vão tentar a cura de suas feridas. Uns, que nada mais fazem além de política, já começaram a planejar as próximas eleições. Só sabem fazer isso. Nunca ganharam uma eleição sequer, mas participaram de todas. Arroz de festa em eleições. Só que essa expressão – arroz de festa – já não pode ser usada com tanta frequência. Foi-se o tempo em que se jogava arroz nos recém-casados. É bom guardar o arroz para finalidades mais úteis, pois o arroz está custando ‘os olhos da cara’. Expressão estranha essa: custar os olhos da cara. Dizem que ela remonta ao século XVI, quando um comandante espanhol perdeu um olho no Peru, ao tentar conquistar riquezas para o seu imperador. Essa conquista lhe custou um olho da cara.

Mas o mês de dezembro, neste ano atípico – é moderno dizer ano atípico – deve ter outros fatos. Um deles é essa questão do coronavírus. Vão continuar falando barbaridades desse vírus. Vão continuar culpando gente. É tudo culpa do presidente! É tudo culpa da China! É tudo culpa da irresponsabilidade humana. Não vão encontrar nenhum inocente nessa história. Só vão encontrar culpados. Existem pessoas que sentem um prazer gigantesco em culpar alguém. Como se isso resolvesse o problema. Encontrar culpados não resolve nada. Só piora a situação. Fica um ambiente bélico, de ódio, uns contra os outros, enquanto a solução fica sendo deixada para depois.

Mas pode ser que nesse dezembro um início de solução de repente apareça milagrosamente. É a vacina. Qual vacina? Aí já são outros quinhentos. Melhor dizer que aí são outros bilhões. É isso aí. Já começou uma correria para ver quem sai na frente com a milagrosa vacina. E não é porque estão interessados na saúde da humanidade. Que é isso, cara pálida? Estão querendo ganhar dinheiro. Muito dinheiro. Muito, muito, muito dinheiro. Imaginem quanto ganhará o laboratório, ou a empresa que aparecer com uma vacina confiável. Às vezes, nem tão confiável. Esses empresários estão mais interessados em chegar primeiro do que na confiabilidade da vacina. Se a vacina será confiável de fato a gente saberá bem depois, quando os resultados surgirem. Mas até lá os laboratórios já terão recebido fortunas de muitos países. A vacina vai ser um grande negócio. Um negócio da China!

Não é só isso que acontecerá em dezembro. Afinal de contas, teremos o Natal. E o Natal representa um monte de coisas. Para os cristãos mais fervorosos, representa o nascimento do Filho de Deus, daquele que veio ao mundo para nos salvar. Para aqueles não tão fervorosos assim, representa pelo menos a reunião em família. Com todo cuidado possível, naturalmente. Não se pode facilitar para esse vírus que veio da China. E para os não tão fervorosos e que também não pensam na reunião da família, representa, pelo menos, a incrementação do comércio. E é um ponto positivo. Numa época de economia em frangalhos, é bom que haja um momento em que uma luz surge no fim do túnel. E o Natal, para o comércio, representa isso.

Afinal, estamos em dezembro. No mínimo, estamos chegando ao ano novo. E aquela música famosa nunca foi tão oportuna: ‘Adeus ano velho/ feliz ano novo/ que tudo se realize/no ano que vai nascer./ Muito dinheiro no bolso,/ saúde pra dar e vender. Que venha a saúde, depois de um ano em que ela esteve tão cambaleante.

                                                                                     BAHIGE FADEL


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