COLUNISTA

15/12/2020
A GUERRA DAS VACINAS

Estamos numa outra fase da pandemia. Agora, a fase é a briga de foice no escuro dos laboratórios farmacêuticos que fabricam as vacinas contra o coronavírus. Todos querem ter a primazia da distribuição. E não importa se os países são ricos ou pobres. É que tanto os países ricos como os pobres têm que pagar. Os dez reais do rico valem a mesma coisa que os dez reais do pobre. Então, o que importa é chegar na frente dos concorrentes. E o interessante é que alguns governantes defendem com unhas e dentes determinada vacina. É como se eles soubessem que determinada vacina é mais eficaz do que as outras. Nem os especialistas têm essa certeza, mas alguns governantes, que se consideram oniscientes, saem atirando para todos os lados. Bem-bem-bem... Dá pra desconfiar. Por que tanto interesse em defender determinada vacina, que nem no país de origem está sendo aplicada? Seriam os lucros? Só Deus sabe. Mas essas coisas são tão sujas, que nem Deus está querendo se meter nelas.

Coisa de louco! E o pior é que politizam tudo. Todo mundo quer tirar vantagens políticas do episódio. Eu pergunto: que diferença faz se a vacina está sendo distribuída por um governo ou por outro? Que diferença isso faz para a saúde do cidadão? Nenhuma. O que importa é que haja uma vacinação em massa de todos aqueles que desejam ser vacinados. E aqueles que não desejam – não importam os motivos – devem responsabilizar-se pelas consequências. O que não se pode aceitar é que uma pessoa se negue a receber a vacina e, depois, contaminada pelo coronavírus, recorra à saúde pública para receber assistência. Não é justo. O governo oferece a possibilidade de imunização, gasta um dinheirão nisso, mas o cidadão não quer receber o imunizante. Tudo bem. Aqui é uma democracia. Mas se for contaminado, perde o direito de recorrer à saúde pública.

O mais triste é que se perdeu o controle tanto no elogio quanto na crítica. Não dá para aceitar. Estamos num período em que todos devem estar unidos com o mesmo propósito. E assim mesmo, será difícil vencer o vírus. Não é chamando um mandatário de ‘genocida’ que vai ser resolvido o problema. Acho que todos sabem o que é um genocida, mas vamos ao dicionário: Pessoa que ordena ou é a responsável pelo extermínio de muitas pessoas em pouco tempo. Pessoa que cometeu genocídio, quem deliberadamente ordenou o extermínio de um grande número de pessoas, de todo um grupo étnico ou religioso, de um povo, uma cultura ou civilização. Caramba! Não é assim que se faz política. Não é assim que se faz oposição.  A política – e não importa se de oposição ou de situação – deve estar a serviço do povo, não de interesses particulares ou grupais ou partidários.

Muita calma nesta hora. Tanto os opositores como os defensores têm muita responsabilidade na condução de atos, notícias e influências. Que haja, no mínimo, a honestidade de todos. Que as pessoas se atenham mais aos fatos do que às suposições. Os fatos são universais, as suposições são individuais. Não queiram transformar suposições em realidade, de acordo com certos interesses. No caso, o único interesse deve ser a saúde da população.

                                                                                                            BAHIGE FADEL


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