COLUNISTA

31/12/2020
ADEUS ANO VELHO

Finalmente! Estou escrevendo esta crônica no último dia do ano. Vixe! Vai tarde. Será que alguma pessoa vai sentir saudade desse ano? Se houver, é muito pouca gente. Donos de laboratórios de fabricação de vacinas... fabricantes de seringas... de alguns remédios, como a hidroxicloroquina... Alguém mais? Alguns especuladores, pessoas que vivem da miséria alheia. Alguns oportunistas. Perdão, muitos oportunistas. Oportunista é o que não falta no mundo. Mas a grande massa da população não vai sentir saudade nenhuma. Xô! Xô! Xô! Desapareça, amo velho. Fique só na história. Na história, esse ano ficará. Ninguém conseguirá apagar a triste história desse fatídico ano.

Sabem que, no começo – escrevi sobre isso no início da pandemia – eu achava que alguma coisa de bom a gente tiraria disso tudo. Achava, por exemplo, que após a pandemia, as pessoas seriam mais humanas, mais solidárias, mais empáticas. Ledo engano! Nada disso está ocorrendo. Dizem que as pessoas aprendem com o sofrimento, mas, neste caso, parece que não aprenderam nada. Durante esses meses, aflorou o que havia de pior no ser humano. Nunca vi tanto ódio, tanto rancor, tanta indisposição para o diálogo, tanta disposição para a crítica. As pessoas pensavam mais em encontrar culpados. Não, não é bem isso. As pessoas não estão procurando culpados. As pessoas estão dedurando pessoas que elas acham serem culpadas. E esse dedurar não é para a solução de algum problema. A solução do problema parece secundária. A intenção principal é ofender, denegrir, ferir, macular, magoar, apenas pelo simples desejo de causar o mal ao adversário, ao inimigo, ao opositor. Demoníaco.

Portanto, nesse aspecto, não tiramos lição alguma. A não ser que a lição seja que há pessoas que fazem questão de aparecer graças à queda dos outros. É uma pena. É uma lástima.

Na verdade, concluí que não há culpados nessa pandemia. Até que se prove o contrário, é mais uma pandemia que a inteligência humana não conseguiu evitar. A peste bubônica, por exemplo, que disseminava ao contato com as pulgas e com roedores infectados. Ocorreu no século XIV e matou aproximadamente 100 milhões de pessoas. É bom lembrar que a população mundial naquela época era de 450 milhões. O percentual foi grande. A varíola foi outra pandemia, que durou três anos e só foi erradicada em 1980, quando se descobriu uma vacina eficiente. A cólera ocorreu pela primeira vez em 1817, e ainda pode ser considerada uma pandemia, pois mutações do vírus da cólera continuam atormentando populações de países subdesenvolvidos, principalmente. A gripe espanhola é uma das mais conhecidas. Apareceu na Espanha em 1918 e durou aproximadamente quatro anos. Matou cerca de 50 milhões de pessoas. Rodrigues Alves, então presidente do Brasil, foi infectado pelo vírus e morreu em 1919. Conta a lenda que, em São Paulo, a população recorreu a um remédio caseiro feito com cachaça, limão e mel. O único resultado desse remédio é que, assim, surgiu a caipirinha. A gripe suína – vírus H1N1 – surgiu no México, em 2009. Foi menos letal do que as outras epidemias.

Quem é o culpado pelo surgimento desses vírus? Só Deus sabe, embora haja pessoas alardeando, com seu ódio e irresponsabilidade, os culpados, que são sempre os inimigos, os adversários, os opositores. Nessa história toda, só falta a verdade.

Mas o ano novo está chegando. Que ele venha com a vacina e a solução dos problemas. FELIZ ANO NOVO PARA TODOS!

                                                                                      BAHIGE FADEL


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