COLUNISTA

15/07/2020
O nome a NÃO ser batido

   Não é novidade para ninguém que Lewis Hamilton é o maior gênio da Fórmula 1 moderna. No grande prêmio da Estiria, o piloto inglês conseguiu a impressionante marca de 85 vitórias, vencendo a prova com extrema tranquilidade, chegando a impressionantes 13 segundos de vantagem do seu companheiro de escuderia Valtteri Bottas.

A performance dos carros da Mercedes em pistas de alta velocidade com retas mais longas, se mostrou muito eficiente. Resta agora uma incógnita de como será o comportamento dos mesmos veículos, num circuito travado como o the Hungaroring, onde a personalidade da pista é completamente adversa a da Áustria. Porém, Hamilton já venceu sete vezes neste circuito, sendo quatro vitórias com a McLaren e três primeiros lugares com sua equipe atual Mercedes. Tudo está levando a crer que vamos ter outro passeio da equipe britânica em terras húngaras. Para todas as equipes do pelotão da frente da categoria, Mercedes e Hamilton são os nomes a serem batidos.
   Porém, existe um ser humano que nunca deve ser superado e sim imitado por todos os pilotos e fãs de automobilismo. A luta de Hamilton contra o racismo este ano, vem chamando a atenção até mesmo daqueles que não gostam da categoria. Em uma de suas últimas declarações, o piloto inglês pediu mais uma vez que os pilotos e principalmente a equipe Ferrari, se unam à ele no movimento de combate a discriminação racial. A menção de Hamilton em relação à equipe italiana, ficou concentrada na atitude de Charles leclerc, que não se ajoelhou para protestar, apesar que o monegasco estava usando uma camisa com os dizeres "end of racism". 
   A luta deste gênio da Fórmula 1, se une a milhões de vozes em todo mundo, após a morte cruel de George Floyd, depois de ser sufocado por um policial branco no dia 25 de maio deste ano. Hamilton vem surpreendendo todos os fãs, com atitudes pouco comuns e de grande valor moral. Ele é vegetariano, chegando a se posicionar contra os bancos de couro dos carros da Mercedes. Não gosta de se envolver em polêmicas e tem como ídolo nosso querido tricampeão mundial Ayrton Senna, o que é pouco comum entre os pilotos, principalmente europeus, que acham humilhante dizerem que se espelham em automobilistas latino-americanos. 
   Após a corrida da Estiria, Hamilton concedeu entrevista para o canal oficial da Fórmula 1. Entre as respostas e comentários, o hexacampeão Mundial elogiou os mecânicos da red Bull que também se ajoelharam no grid de largada em protesto, e fez comentários relativos a presença da engenheira da Mercedes, Stephanie Travers que se transformou na primeira mulher negra, representante de uma construtora dos veículos da Fórmula 1, a levantar o troféu ao seu lado. 
   São atitudes como estas que transformam Hamilton num campeão diferenciado, e seu exemplo e sua condulta se unem as vozes de diversas pessoas ao redor do mundo, na luta dos direitos de igualdade dos seres humanos. Na Hungria essa batalha vai continuar e apesar do pensamento de todos contra um, o primeiro piloto negro da Fórmula 1 mostrou ao mundo que na realidade são todos a favor de um único objetivo do bem.

 


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