COLUNISTA

21/07/2020
Circuito de Hungaroring marcou a carreira de dois gênios brasileiros na Fórmula 1

                'As lembranças inesquecíveis do passado...'

Senna e Piquet rivalidade brasileira dividindo o mesmo  pódio

 

            Pode passar despercebido pelo leitor, mas o circuito de Hungaroring, na Hungria, palco da última vitória do inglês Lewis Hamilton, tem uma história marcante e inesquecível para com o automobilismo brasileiro.

           Inaugurado em 1986, o circuito húngaro foi construído com a intenção de mostrar ao mundo, o que o regime comunista era capaz de fazer, já que o país era uma fatia do bloco socialista europeu e não tinha visibilidade mundial. A corrida inaugural aconteceu dia 10 de Agosto e o Brasil foi um show tupiniquim à parte.

          Ayrton Senna fez a pole position e largou muito bem, mas foi superado por Nelson Piquet na décima primeira volta. Desde então, os brasileiros alternaram as posições diversas vezes, andando num ritmo fortíssimo, a ponto de darem uma volta no terceiro colocado da prova Nigel “Leão” Mansell.

           E foi nessa corrida que aconteceu aquela, que é considerada uma das maiores ultrapassagens da história da Fórmula 1, quando Piquet, na volta 55, forçou ao máximo o carro, retardando além do limite o ponto de frenagem e conseguiu passar o compatriota Senna, travando as rodas e guiando o bólido de lado, assumindo a ponta até o final.

          A pista húngara viu por duas vezes uma dobradinha brasileira no alto do pódio. Além do espetáculo de 86, o ano seguinte (1987) também registrou outra vitória de Piquet, com Senna na segunda colocação em uma corrida com emoções nos momentos finais, onde Piquet teria sido favorecido por uma quebra de Mansell a poucas voltas da bandeira quadriculada e Senna que estava na terceira colocação, pulou instantaneamente para o segundo posto.

           No terceiro GP da Hungria realizado no dia 7 de Agosto de 1988, Ayrton Senna ganharia a corrida, a 5 décimos de segundos do seu companheiro de escuderia Alain Prost. Seria a sexta vitória daquele ano que ajudaria nosso tri-campeão mundial conquistar seu primeiro título na categoria. O ano de 88 foi marcado por um campeonato acirrado entre Senna e Prost.

          O brasileiro teria conseguido naquela disputa 8 vitórias contra 7 do francês, e de quebra uma sequência inacreditável de 15 primeiros lugares da equipe McLaren, só quebrada no GP da Itália por Gerhard Berger, piloto da Ferrari.

          Senna venceria ainda duas outras vezes em Hungaroring pela mesma escuderia McLaren. Em 1991 após fazer a pole, cruzou a linha de chegada a 4 segundos de Mansell e em 1992 novamente o brasileiro venceria com Mansell em segundo, só que dessa vez, com uma larga diferença acima de 40 segundos.

          A última vitória brasileira nessa pista ocorreu no dia 18 de Agosto de 2002 com Rubens Barrichello cruzando a linha de chegada, tendo como segundo colocado Michael Schumacher. Ambos os pilotos da Ferrari de quebra, conquistaram aquele ano o título de construtores  antecipado para a escuderia italiana dentro da pista de Hungaroring.

          Aliás, em 2010, na mesma pista húngara, Rubinho fez uma ultrapassagem arriscada em cima do próprio Schumacher, onde o alemão de maneira desleal, "espremeu" Rubinho contra o muro, quase sendo responsável por um acidente criminoso, que poderia ter consequências sérias para o brasileiro. Detalhe desse ano, ambos corriam por equipes diferentes e no final a ultrapassagem acabou ganhando corpo de revanche dos vários anos em que Barrichello foi obrigado a engolir as determinações do alemão.

          São registros e lembranças inesquecíveis do passado, que nos fazem recordar a linda história do automobilismo brasileiro com a Fórmula 1. Histórias de ícones do passado que fizeram tremular a bandeira verde e amarela no ponto mais alto do pódio e a melodia do nosso hino ecoar pelos ares socialistas europeus.

          Hamilton com esse verdadeiro passeio pela Hungria na corrida passada, está escrevendo a história inglesa dentro do automobilismo, que também é muito rica. Mas a paixão das grandes disputas e dos campeonatos inesquecíveis fica com os áureos tempos brasileiros e suas emoções infindáveis, culminando com o tema da vitória e os gritos apaixonados de Galvão Bueno dizendo: "Ayrton... Ayrton... Ayrton Senna do Brasil.


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