COLUNISTA

04/08/2020
A SORTE DE CAMPEÃO

Foto – Divulgação

Existem duas táticas dentro das pistas e no mundo esportivo da velocidade que podem definir um campeonato, ou arrasar o título de um possível campeão. São elas: A certa e a errada. O que se assistiu no grande prêmio da Grã-Bretanha neste final de semana, foi uma junção de uma destas táticas, combinada com uma máxima no mundo esportivo que se chama "sorte de campeão".

Max Verstappen tomou a decisão certa em ir para os boxes nas voltas finais, porém a tática acabou dando errado. A parada foi certeira porque o holandês estava prevendo que poderia ter problemas com os pneus e ao mesmo tempo, iria tentar faturar o ponto extra se conseguisse a melhor volta da prova.  Verstappen tinha uma distância confortável de Leclerc, e sua decisão de ir para os boxes não iria afetar sua posição na prova. Porém, a tática deu errada.

Se o holandês não tivesse parado, fatalmente ganharia a corrida, pois Hamilton há poucas curvas da bandeirada final, teve seu pneu dianteiro esquerdo totalmente danificado e seria ultrapassado facilmente por Verstappen.  No final da corrida o piloto da RBR disse numa entrevista, que não se arrependeu de ter parado e de maneira muito coerente não criticou nem a sua atitude e nem a atitude dos estrategistas que optaram por sua troca de pneus.

Existe também uma verdade que, se de um lado a tática utilizada pelo holandês deu erro, por outro a sorte sorriu para ele, pois o estouro de um dos compostos de Valtteri Bottas lhe proporcionou o ótimo segundo lugar, numa pista em que a equipe Mercedes praticamente "passeou" durante todo o GP. Foi um resultado memorável para a RBR, pois Alexander Albon, companheiro de equipe de Verstappen, teve uma corrida muito complicada que só resultou no oitavo lugar, após os problemas dos outros pilotos.

Se existe realmente "sorte de campeão" não podemos afirmar com certeza absoluta. Mas é inesquecível que no ano de 2008 Lewis Hamilton ganhou o campeonato numa combinação de fatores que indicavam a tal "sorte". Todos se lembram apenas dos últimos momentos, quando Hamilton ultrapassou o alemão Timo Glock, frustrando o título de Felipe Massa nos metros finais da prova.

Massa chegou a experimentar o gostinho de ser campeão mundial por alguns segundos, mas seus castelos ruíram em seguida. O que poucos devem de lembrar é do GP da Malásia daquele ano, onde dois fatores fundamentais indicavam que o piloto inglês tinha a sorte caminhando ao seu lado. Primeiro, houve o problema da mangueira de combustível que ficou presa ao carro de Felipe Massa e depois, o acidente fajuto de Nelsinho Piquet, se transformando num dos maiores escândalos da história da Fórmula 1, favorecendo o espanhol Fernando Alonso. Não fossem estes "separadores de água" do grande prêmio da Malásia, Felipe Massa seria campeão mundial.

Tudo parece caminhar para mais um título de Lewis Hamilton, onde com todas as glórias do mundo, a escuderia Mercedes parece que conseguiu construir o verdadeiro "carro de outro planeta", cujo principal protagonista, é um piloto com sorte inexplicável e talento acima da média. Espero que uma pequena faísca dessa sorte de Hamilton possa chamuscar o piloto alemão Nico Hulkenberg que não conseguiu sequer largar devido a problemas no carro.

Aliás, o piloto da Racing Point teve a oportunidade de substituir Sérgio Perez, que causou polêmica por estar infectado com o novo coronavírus e foi visto em baladas, sem máscara, desrespeitando totalmente as regras de isolamento, completando assim a série de fatos que fazem a fórmula um 2020, entrar para história como a mais diferente desses 70 anos de campeonatos mundiais.


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