COLUNISTA

24/08/2020
Simplesmente, Senna

Foto - Divulgação

Semana passada o tricampeão mundial Ayrton Senna, foi reconhecido oficialmente como o piloto mais rápido da história da Fórmula 1. A conclusão foi da Amazon Web Services (AWS), através de um estudo tecnológico baseado em todos os pilotos da categoria desde 1983. Foram meses de estudos até se chegar nesse resultado, totalmente conectado em dados computadorizados e cálculos complexos.

Senna lidera uma lista de 139 nomes e a base de dados focou nos treinos classificatórios, que definiram o grid de largada. Só para se ter uma ideia, o brasileiro melhor colocado depois de Senna, foi Rubens Barrichello que ocupou o décimo primeiro posto.

Outros brasileiros também foram avaliados nessa análise de dados e ocuparam as seguintes colocações (entre parênteses a posição na tabela). Felipe Massa (21), Nelson Piquet (40), Nelsinho Piquet (53), Pedro Paulo Diniz (105), Ricardo Zonta (114), entre outros. Emerson Fittipaldi, José Carlos Pace e pilotos contemporâneos, não entram na lista, pois a avaliação foi calculada de 1983 em diante.

Ayrton Senna foi o homem que em 1993, na chuva, fez uma corrida mágica no GP da Europa em Donington Park, largando na quarta colocação e assumindo a ponta, ainda na primeira volta, humilhando todos os medalhões como Alan Prost e Damon Hill que tinham os melhores carros. Nessa corrida em particular, a imprensa europeia questionava o circuito de Donington, pois se dizia que o mesmo não tinha pontos de ultrapassagem. Senna encontrou três.

Nosso tricampeão mundial é o ser humano, que em 1992 nos treinos para o GP da Bélgica, parou imediatamente o carro para socorrer o amigo Erik Comas, piloto da equipe Ligier, que tinha batido violentamente contra o muro e estava desacordado. Senna não teve duvidas quando viu o acidente. Não se importou com seu tempo de volta, e muito menos com a classificação. A cena é comovente. Ayrton sai correndo em direção de Comas, desligando imediatamente a ignição do seu carro, evitando que o mesmo pegasse fogo. O próprio piloto francês, até hoje, admite que Ayrton salvou sua vida.

Senna é o superpiloto, que no GP do Brasil de 1991, venceu a corrida com apenas a 6ª marcha, faltando poucas voltas para o final, numa luta descomunal para conseguir sua primeira vitória em terras brasileiras. Essa corrida épica de Interlagos viu um Ayrton Senna quebrar paradigmas em cima do favoritismo de Nigel Mansell e Ricardo Patrese, que tinham os melhores carros. Mas o arrojo e desempenho do nosso tricampeão, deixou falar mais alto seu talento, deixando os super motores das Williams em segundo plano.

O brasileiro é o talento puro, de um profissional que sabia como ninguém, vencer em circunstâncias adversas e tinha a chuva sua maior aliada. Foi assim a primeira vitória na Fórmula 1, no GP de Portugal, circuito de Estoril. Chovia e Ayrton mostrava ao mundo que esta condição climática, tão odiada por quase todos os pilotos, seria sua mola propulsora para suas vitórias mais épicas e emocionantes, superando obstáculos e transformando o mesmo no maior piloto da história nessas condições. Se fossemos escrever tudo sobre nosso tricampeão mundial de Fórmula 1, provavelmente precisaríamos de um espaço infinitamente maior nesta coluna.

Ayrton Senna da Silva foi uma figura épica dentro dos cockpits dos carros que pilotou, e igual a ele nunca mais existirá outro. Lendas como Schumacher, Hamilton, Prost e tantos nomes, também tiveram seus momentos inesquecíveis e deixaram suas marcas. Mas para nós brasileiros, o reconhecimento de Senna como o piloto mais rápido da história, é uma rotina de um gênio que era, que é, e sempre será simplesmente Senna, o maior de todos e a lenda das lendas.

César Júnior


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