COLUNISTA

25/11/2020
COVID-19: “MELHOR PREVENIR DO QUE REMEDIAR”

O ditado é velho mas atualíssimo. Até que tenhamos uma vacina, o enfrentamento da Covid-19 tem 3 eixos principais:
1. PREVENÇÃO: evitar que as pessoas adoeçam (dificultar a transmissão, por meio da HIGIENE, MÁSCARAS, DISTANCIAMENTO e, no extremo, o ISOLAMENTO social).
2. TESTAGEM: diagnóstico precoce dos casos QUE JÁ ESTÃO CONTAMINADOS e seus contatos e isolamento.
3. ASSISTÊNCIA aos casos graves no momento e com a qualidade adequados.

Os três são MUITO IMPORTANTES e Botucatu tem cumprido os dois últimos com grande dedicação e competência dos serviços de saúde (VIVA O SUS!).

Mas A PREVENÇÃO ESTÁ DEIXANDO MUITO A DESEJAR. O resultado está estampado nos gráficos abaixo: o coronavírus voltou a subir no estado, mas aqui em Botucatu SUBIU MUITO MAIS!
A vida de muitas pessoas voltou ao “pra lá de normal”. Não estou falando do essencial, o trabalho, escola, compra de alimentos, banco, etc. Falo dos templos, campinhos, festas, rodas de bate-papo com pouca ou nenhuma proteção, etc.

E agora o principal, os “EVENTOS SUPER-DISSEMINADORES”, expressão usada pelo professor Alexandre Naime Barbosa, chefe do Departamento de Infectologia da Faculdade de Medicina. Ele, que coordena as ações do Item 3 acima, lá no HC, escreveu hoje:
“A Pandemia não acabou, os casos estão subindo e é questão de tempo para aumentarem as internações e óbitos se a população não implementar como regras as normas de prevenção: uso de máscaras, distanciamento social e higiene das mãos, toda a tríade em concomitância”.
Ele, que está lá na “frente de batalha” do hospital, manifestava-se diante da realização de um evento desportivo, com centenas de pessoas vindas de outras cidades, ocorrido no último fim de semana. E nos próximos dias teremos a inauguração de uma “casa noturna” e a realização de um grande encontro etílico-musical, em uma chácara (com venda de ingressos pela Internet).

É comum a gente atribuir tudo isto à irresponsabilidade das pessoas. Mas e o PODER PÚBLICO? Compete a ele INFORMAR, CONSCIENTIZAR E FISCALIZAR. Com certeza estes eventos “SUPER-DISSEMINADORES” necessitam de um alvará para sua realização. Os bares devem obedecer regras de distanciamento, uso de mascaras e horário (só até as 22 horas, sabiam?). Isto está sendo devidamente fiscalizado?

Diante da situação que estamos atravessando (grande aumento de casos, internações e ocupação dos leitos de UTI), não é hora de perguntarmos, como sociedade solidária que somos: É CERTO TUDO ISSO QUE ESTAMOS VENDO E FAZENDO?

Como diz o velho ditado: “É melhor prevenir do que remediar!” Testagem e cuidados hospitalares de qualidade são MUITO IMPORTANTES mas o fundamental é que as pessoas NÃO ADOEÇAM! E aí a coisa NÃO ESTÁ INDO NADA BEM...

Antonio Luiz Caldas Júnior e João Carlos Vieira


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