COLUNISTA

21/07/2020
Tem gente que ainda não entendeu
o nível da gravidade do coronavírus

Queria me recordar aqui de uma crônica que fiz há lá no início da pandemia de covid-19, o novo coronavírus, sobre uma entrevista dada pelo médico infectologista e professor da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB), Carlos Magno Castelo Branco Fortaleza, sobre a possibilidade de mortes em Botucatu por causa dessa doença. Fortaleza é considerado um dos maiores e mais respeitados profissionais de saúde do Brasil e presta assessoria à Secretaria de Estado da Saúde e à Organização Panamericana da Saúde.

Na ocasião o infectologista foi, injustamente, muito criticado e ofendido nas redes sociais por aqueles que não entenderam o contexto do que ele disse. Nessa entrevista, o médico fazia um apanhado geral sobre a disseminação da doença e apontou que, estatisticamente, se não houvesse medidas de contingência, como o isolamento social e de prevenção, o vírus poderia, supostamente, contaminar até 2% da população de uma localidade. Em momento algum ele afirmou que a doença mataria esse percentual de pessoas.

Foi uma resposta técnica a respeito de um questionamento que foi levantado. Ele fez uma suposição de possíveis pessoas infectadas baseado em dados de letalidade da Organização Mundial da Saúde (OMS), como forma de alerta no caso de não serem implantadas medidas de contingência.

E isso acarretou um erro de interpretação e uma celeuma sem nenhum precedente gerando postagens de conteúdo ofensivo contra o médico nas redes sociais, que quis orientar e não causar pânico na população. Até mesmo por conta de ninguém ter bola de cristal para precisar ou mesmo prever o número de pessoas que serão infectadas e as que poderão morrer.

Pois bem! Botucatu já ultrapassou a marca das mil pessoas infectadas e sabe lá Deus quantas mais serão. Logo após os primeiros casos, o vírus se espalhou (e vem se espalhando) entre as pessoas, pois se trata de um vírus respiratório de fácil transmissão. E isso acontece em todo país. A doença vem causando, em média, mil mortes todos os dias no Brasil. E ainda não chegou ao pico.

Carlos Fortaleza também elencou várias maneiras simples de se precaver do contágio, já que o vírus em muitos casos é letal, principalmente nas pessoas acima dos 60 anos e portadores de doenças crônicas, que fazem parte do grupo de risco. Vai morrer mais gente em Botucatu?  Ninguém pode duvidar disso! Torcemos para que o número de vitimas seja o menor possível.

E parece que as pessoas ainda não se deram conta de quão grave essa doença é. Relutam em tomar medidas (simples, diga-se de passagem) para evitar o contágio como lavar, constantemente, as mãos, evitar contato físico e aglomerações, desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência, como celulares, brinquedos, maçanetas, corrimão e usar de máscara, esta de fundamental importância já que a disseminação do vírus vem de gotículas de saliva que se espalham pelo ambiente.

Grande parte da população age como se nada estivesse acontecendo e não faz uso da máscara, o principal “remédio” para evitar o contágio no convívio social, seja no trabalho ou em outra atividade. Todos precisamos trabalhar? Sim!  Evidentemente, a economia do País não pode parar, mas é necessário nessa fase que estamos vivendo, seguir as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e tomar precauções básicas de prevenção para minimizar o índice de contaminação. Depende de cada um de nós.

A máscara, aponta os especialistas, é uma eficaz ferramenta para diminuir o contágio, porém há autoridade que entende (por mais absurdo que possa parecer) que o uso de máscara é “coisa de viado”. Não tem frase mais repugnante e preconceituosa que esta! Homofobia pura! Tem até quem considera a covid-19 como “gripezinha”. Se a pessoa quiser se matar, dane-se! O que não pode é ela desrespeitar normas de prevenção e provocar contaminação de pessoas no trabalho, no comércio, transporte coletivo ou onde quer que seja! Pombas!

Por falar nisso, em recente pesquisa feita no Estado de São Paulo foram efetivadas 20 autuações contra pessoas que não estavam usando máscaras. Pasmem vocês, Botucatu, entre os 20 casos registrados ficou com 9. No Estado chegou perto dos 50%. “Ganhamos” de cidades que beiram (ou ultrapassam) um milhão de habitantes. E só temos cerca de 150 mil.

E para evitar interpretações errôneas é bom salientar que não estou aqui querendo dizer que o uso de máscara é a salvação de tudo e vai acabar com o a infecção de covid-19.  Longe disso, gente! Porém, a ciência me aponta que com o seu uso os casos diminuem, consideravelmente. Data vênia a quem pensa o contrário, mas acredito na ciência! Uso máscara até debaixo d´água.


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