COLUNISTA

26/08/2020
Político faz “inté” o jacaré
coxo andar de motocicleta

Disse uma vez o saudoso vereador botucatuense Progresso Garcia: “Na política, só me falta ver boi voar”.  Hoje o político além de o boi voar consegue fazer elefante fazer malabarismo no trapézio, minhoca sapatear, girafa azul jogar frescobol, baleia de salto alto desfilar em passarela, jacaré coxo andar de bicicleta, entre outras mirabolices.

E, cá entre nós, seja em qualquer cargo, a maioria dos políticos sempre atua em benefício próprio. O povo? É apenas um mero detalhe. Só é importante na época de eleição. Não é a toa que a cada dia que passa a classe política desce mais um degrau do descrédito, da falta de decência.

Não quero dizer aqui que todos os políticos são corruptos, ladrões, estelionatários, quadrilheiros e tantos outros adjetivos que se encaixariam perfeitamente no perfil da esmagadora maioria. Nada disso! Seria leviandade de minha parte não reconhecer que (ainda) existem políticos de boa índole. Poucos, é verdade.

Essa esmagadora maioria dos políticos não vale o que come. Eles vivem envolvidos nos mais escabrosos casos de corrupção, engordando suas contas bancárias em paraísos fiscais, permanecendo impunes, protegidos no manto obscuro de leis que elaboram. Infelizmente, é assim. O povo, sem foro privilegiado, que se dane!

Posso estar sonhando acordado, mas acredito piamente que vai chegar o dia em que a população brasileira estará tão saturada das falcatruas dos políticos que eles não vão poder sair às ruas, sem o risco de serem execrados. O pior é que deverá respingar na família, que vai perder a paz.  E vou mais longe! A maioria mereceria (mesmo) é ser recebida com saraivada de ovos. Não importa de que ave, desde que o produto estivesse podre. Muito podre!

Pelé disse um dia que o povo brasileiro não sabe votar. Embora nosso maior gênio do futebol, costumeiramente, não seja feliz nos comentários que faz, desta vez estava absolutamente correto. Queria dizer o maior jogador de futebol de todos os tempos que a população se deixa levar pelo poder de persuasão dos políticos profissionais, que entra ano, sai ano sempre voltam ao poder com as velhas falcatruas e mentiras de sempre. Hoje a classe política está longe de ser séria. Com raríssimas exceções, repito. E bota raríssima nisso.

Na minha modesta opinião o político, de uma maneira geral, só poderia se reeleger, no máximo, uma vez, ou seja, exercer o mandato por quatro anos (exceção de senador que tem mandato de oito anos e não se sabe por que), com direito a apenas mais quatro. Oito anos acredito que seja um tempo mais do que suficiente para cumprir as promessas de campanha feitas junto aos eleitores.

A renovação poderia expurgar da vida pública a figura malévola do político profissional.  No quadro atual tem gente no poder há mais de 50, 60 anos, com reeleições seguidas vivendo à custa do povo. Tem gente que nem consegue andar direito. Que mal consegue falar. Chega!  Vá pra casa, meu senhor! E ainda há que diga que política não é profissão. Imagine se fosse!

E esses políticos profissionais comungam, claramente, com resquícios da fase negra da ditadura, não votando uma lei para extinguir a obrigatoriedade do voto. Isso é uma afronta ao direito que o cidadão tem de não querer votar.

O voto deveria ser livre e espontâneo para que cada eleitor fosse às urnas livre dessa obrigatoriedade absurda. Caso nenhum candidato desperte interesse o eleitor poderia não votar. Simples assim! Budegas!

Claro que participar de um pleito eleitoral é deveras importante, já que estaremos escolhendo as pessoas que irão comandar o país, o estado ou o município. Mas, se o voto é cívico, a mesma civilidade deveria ter o voto livre.

Esses homens que se eternizam no poder deveriam levar uma lição que viria, exatamente, das urnas. Imaginemos se, por exemplo, 80% da população optasse pela anulação do voto numa eleição. Seria deveras interessante ver esse tipo de manifestação limpa, pacífica, popular e exemplar proliferada no Brasil.


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