COLUNISTA

07/01/2020
Essas duplas sertanejas com
nomes, no mínimo, bizarros

Sem a menor sombra de dúvida, Romeu Januário de Matos e José Alves dos Santos ou, simplesmente, Milionário & José Rico formaram uma das maiores e mais consagradas duplas sertanejas no Brasil e que ficaram conhecidos nacionalmente com a alcunha “As gargantas de ouro”. Foram quase 50 anos de carreira, com a venda de cerca de 35 milhões de exemplares e 29 discos gravados desde 1973. A dupla foi encerrada, definitivamente, em 3 de março de 2015, quando morreu José Rico, aos 68 anos, vítima de um infarto.

Embora o nome da dupla tenha causado certa estranheza no início dos anos 70 quando foi lançada, o sincronismo entre a primeira voz de José Rico e a segunda voz de Milionário ganhou notoriedade. E centenas de milhares de fãs. Um casamento vocal perfeito. Inigualável.  Dê Amor Para Quem Te Ama; De Longe Também Se Ama; Sonhei Com Você; Levando a Vida; Vontade Dividida; Nasci Para Te Amar, e a antológica Estrada Da Vida, foram alguns dos muitos sucessos desta admirável dupla.

Agora não podemos nos esquecer de duplas que mesmo com nomes curiosos, fizeram (e algumas ainda fazem) muito sucesso agregando muitos fãs. Entre elas: “Cacique & Pajé”; “Cascatinha & Inhana”, “Jararaca & Ratinho”; “Zé Fortuna e Pitangueira”; “Caçula e Marinheiro”; “Zé do Cedro & João do Pinho”; “Pena Branca & Xavantinho”; “Zé Tapera e Teodoro”; “Chitãozinho e Xororó”; e “Rio Negro & Solimões”.

Mas em se tratando de música sertaneja, algumas duplas, digamos, excederam-se (um pouquinho) ao escolher o nome artístico. Não passaram pelo crivo popular e, simplesmente, desapareceram após o lançamento do primeiro trabalho. Acabaram sendo consideradas o lado bizarro da música.  Lançaram os tradicionais LPs, mas não emplacaram.  Umas, reconheçamos até tinham certo talento, outras, porém... Jesus Cristo!

Houve quem apostasse em músicas muito conhecidas e já consagradas, nacionalmente, como Saudade De Minha Terra. Nesse filão estão duplas como: “Domyngo & Feryado”; “Patrão & Funcionário”; “Chanceler & Diplomata”;  “Conde & Drácula”;  “Castelo & Mansão”;  “Marechal & Rondon”; “Leal & Legal”; e “Bento & Mamão”.  Mesmo com a força da música, nenhuma delas vingou.

Duplas também apostaram em composições próprias em busca do reconhecimento que não veio. “Rocky & Santero” (Não Nego Meu Amor);  “Atleta & Treinador” (A Noite Do Nosso Amor);  “Pássaro & Caçador” (Vida Nossa);  “Forasteiro & Califórnia” (A Volta Da Dama de Vermelho); “Marlboro & Hollywood” (Coração Inocente);  “Faceiro & Fascinante” (A Sombra de Deus); “Faísca & Pinga Fogo” (A Volta Triunfal);  “Industrial & Fazendeiro” (A Corrida Do Ouro); “Bátima & Robson” (Fazendo o Chão Tremer);  “Cativante & Continente” (Navio Pirata);  e “Scott & Smith” (Pode Tirar Seu Cavalo Da Chuva).

Houve aquelas que não colocaram o título da música “carro chefe” do disco na capa e optaram apenas pela foto e o nome da dupla.  “Franco & Montoro”;  “Oceano & Porto Rico”;  “Poliglota & Porta Voz”; “Perito & Paquera”;  “Caminhante & Estradeiro”;  “Divisor & Consciente”; "Monetário & Financeiro”, “Astral & Radiante”;  “Fuji & Fujão”; “Distraído & Perdidinho”;  “Passageiro & Viajante”;  “Simpatia & Gente Fina”; Sorriso & Sincero”;  “Redator  & Jornalista” (esta tocou fundo),  estão entre elas. Igualmente não foram bem-sucedidas. Felizmente, talvez.

Quico Cuter


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