COLUNISTA

30/12/2019
Entendo que a soltura aleatória de rojões só diverte irresponsáveis

Foto - Divulgação

Deixa-me falar uma coisa que está “entalada” na garganta, feito um espinho da espinha dorsal de uma traíra! Aliás espinho da espinha é ótimo, mas vamos lá!

Soltar rojões ou morteiros (que chegam a tremer o solo), para comemorar (?) o que quer seja é de uma imbecilidade e irresponsabilidade sem tamanho. É assim que penso. Isso sem falar no transtorno que isso causa. Poderia citar inúmeros deles, principalmente os relacionados a pessoas enfermas (ou que, simplesmente, temem os fogos) e o pavor que causam nos animais domésticos. É a clássica e incontestável pertubação do sossego, ou seja, um crime. Pipocas! Onde está a graça de soltar rojões?

E o pior é que isso é feito sem nenhum critério. O cidadão, na maioria das vezes embriagado, simplesmente, vai até o quintal de sua casa, acende o pavio e solta o rojão. Em outros casos a pessoa o solta, por exemplo, do automóvel em movimento numa carreata ou para anunciar a chegada de político (agh!!!). Muitos desses artefatos estouram a poucos metros do chão. Não são raras as vezes em que a bomba estoura em telhados de residências, árvores, fiação elétrica, entre outros. Me erra!

Cebolas! Se tiver que soltar essa porcaria. que seja, então, num local apropriado, onde não incomode ninguém. O “soltador” contumaz deveria é soltar rojão ou morteiro no banheiro de sua casa, com toda família dentro. Várias cidades brasileiras já aprovaram projetos que proíbem a soltura de fogos. Em todos os casos, as medidas foram aprovadas pela esmagadora maioria da população desses municípios. A minoria... Bem, a minoria é minoria.  Afinal, cara pálida, não vivemos numa democracia? Tem quem goste de macarronada, mas outros preferem degustar minhocas como as do gênero Urobenus brasiliensis ou Pontoscolex corethrurus, mas não dispensa, porém, a Dichogaster gracilis.

E aqui vale um adendo para os “iluminados” de plantão: não vamos confundir esse crime de soltura aleatória e irresponsável de rojões, com shows pirotécnicos, onde os fogos são lançados de locais pré-determinados, escolhidos com antecedência, seguindo todas as normas de segurança. Uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa. Acredito não ser preciso desenhar!

Por isso, na minha modesta opinião, os vereadores erraram ao adiar em dezembro aquele projeto de lei que proíbe a soltura de fogos de artifícios, antes do merecido recesso parlamentar (férias). E, por favor, não há como explicar isso sem, no mínimo, levantar dúvidas. Quanto mais se tenta explicar, mais embaralhado o caso fica.

Vamos pensar, gente! Se o projeto está incompleto e deixa lacunas em sua redação, porque cargas d´água ele foi levado a plenário para votação? Carambolas! Não seria mais lógico (e prudente) haver um consenso e só levar a plenário um projeto bem elaborado, com uma redação de fácil entendimento, prevendo punições exemplares aos infratores, enfim, que atendesse os interesses da esmagadora maioria da população botucatuense.

Como conheço todos os vereadores da Câmara Municipal não acredito que houve má fé, mas sim falta de comunicação, negociação e diálogo de bastidores entre eles. Por esta razão não vou citar nome de favoráveis ou contrários. E, oportunamente, não tenho dúvida de que a soltura de fogos de artifício desordenada e irresponsável em Botucatu será proibida.

Agora, adiando o projeto, os edis foram contrários à opinião pública. E tem mais! Mesmo que ele seja aprovado, oportunamente (e isso irá acontecer) essa decisão irá pesar nas costas dos parlamentares que forem buscar votos para a reeleição. Já vi essa história antes! Várias vezes, aliás! Quem viver verá!

Repito: na minha modesta opinião, se esse projeto contra a soltura de fogos de artifícios tem falhas em sua redação, em hipótese nenhuma, deveria ser encaminhado ao plenário para votação, em razão de sua complexibilidade. Gerou uma polêmica danada e um desgaste político desnecessário. É isso!


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