COLUNISTA

06/02/2020
Eleição de vereador em 2020
será briga de foice no escuro

Deixa aqui eu me arriscar a fazer algumas conjecturas sobre o que acredito que vai acontecer nas eleições para escolha do prefeito, vice-prefeito e vereadores em Botucatu nas eleições deste ano, para o quadriênio 2021 a 2024.

Na eleição majoritária o atual prefeito Mário Pardini vai em busca de sua reeleição pelo PSDB, levando seu vice André Peres (sem partido). E não existe nenhuma dúvida de que Pardini irá tentar a reeleição. O anuncio deverá ser feito, muito brevemente.

Contra Pardini dois candidatos já declinaram que disputarão o pleito: o vereador Izaias Colino que está filiado ao PSDB, mas deverá se mudar para o Podemos; e a também vereadora Rose Ielo, pelo PDT.  Lembrando que em Botucatu temos 31 partidos, sendo 19 inativos e 12 ativos.

E vamos às conjecturas. Quem terá uma atuação destacada nessa eleição, acredito eu, será o deputado estadual Fernando Cury, do Solidariedade. Isso porque é sabido que o deputado está muito próximo do vice-governador Rodrigo Garcia que o convidou para entrar no DEM.  E Garcia poderá ser governador em 2022, já que o atual governador não esconde que quer disputar as eleições para presidente da República.

É ai que a coisa pega!  Se Cury assumir o DEM regional, deve levar o vice André Peres para o partido e vai buscar a filiação dos vereadores do PP, PSC e PSB, que hoje dão sustentação ao governo Pardini na Câmara Municipal. Com isso o PSDB e DEM teriam dois blocos distintos, formados pelos atuais vereadores e outros candidatos que não se elegeram na eleição passada, mas com potencial de votos significativo.  É esse o quadro político que está se desenhando.

Ah! Caso Fernando Cury não se filie ao DEM, o mesmo processo será feito com o Solidariedade. De qualquer maneira dois blocos serão formados com a pretenção de eleger de seis a oito vereadores. Com essa projeção, independente do resultado da eleição majoritária, a maioria na Câmara estaria garantida. Esse é o pensamento. E a briga “caseira” será interessante de assistir. Eleição para vereador em 2020 será briga de foice no escuro.

Não será tarefa fácil. Como nenhum partido poderá se coligar com a chapa majoritária (prefeito e vice) cada um poderá contar com 17 candidatos (desses, no mínimo seis, devem ser mulheres). O vereador é eleito com base no número total de vagas que seu partido conseguir obter.

Tomando como exemplo a Cidade de Botucatu que tem em torno de 140 mil habitantes (100 mil eleitores), será necessário que o partido obtenha mais de seis mil votos para eleger um vereador, ou seja, 10% da quantidade de votos do quociente eleitoral. Não é nada fácil conseguir, principalmente para os pequenos partidos. Diria que é improvável.

Inobstante, cumpre salientar que se um candidato tiver cinco mil votos e for o mais votado entre todos os candidatos, mas seu partido não atingir o quociente dos seis mil votos, ele não terá direito a uma cadeira na câmara. Isso significa que tem candidato com grande potencial de voto, vivendo um drama, com duas claras perspectivas: a de que de seu partido não atingirá o quociente e não encontrar espaço para se filiar num partido de grande porte, já que, fatalmente,  seria “barrado” por outros candidatos.

Então, tudo isso será definido na janela política que se inicia em março e se encerra em 4 de abril. Nesse período o vereador poderá mudar de partido e disputar a eleição sem nenhum risco de perder seu mandato. Então, repito, aventa-se a formação de dois blocos com os  vereadores da situação, divididos entre PSDB e DEM (ou Solidaridade).  A Câmara se completa com 1 vereador do PDT e 1 do MDB, descartando Rose Ielo e Izaias Colino, que não devem disputar a vereança.

Agora, não podemos esquecer que temos partidos tradicionais que, embora atualmente, não conte com vereadores eleitos, como o PCdoB, poderão sim formar uma chapa com 17 candidatos e entrar nessa briga, buscando voltar a ter representatividade legislativa. Ocorre que tem gente vendendo omelete sem que a galinha tenha botado o ovo. Devagar com o andor que o santo é de barro. Eleição sempre se constitui numa caixinha de surpresa e como diria o saudoso Progresso Garcia: "na  política a gente só não vê boi voar".


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