Após 320 dispensas, Caio e Sindicato dos Metalúrgicos selam acordo para evitar novas demissões
10/06/2020
Após 320 dispensas, Caio e Sindicato dos Metalúrgicos selam acordo para evitar novas demissões

Foto - Divulgação

A proposta aprovada, entre outras coisas, prevê a suspensão de contratos, redução de jornada e de salários e garantia de emprego até 30 de novembro

 

Em razão da crise gerada pela pandemia, a Caio Induscar demitiu 10% de sua equipe em Botucatu, ou seja, a 320 funcionários. Direção da Caio/Induscar e do Sindicato dos Metalúrgicos de Botucatu chegaram a um acordo coletivo recente para evitar novas demissões.

O presidente do sindicato, Luiz Cláudio “Beiço” Guimarães, reuniu os trabalhadores em assembleia colocou proposta da empresa em votação que foi aceita por 84,74% de aprovação. A proposta aprovada, entre outras coisas, prevê a suspensão de contratos, redução de jornada e de salários e garantia de emprego até 30 de novembro.

Sindicato entende que a proposta é viável.  “Acreditamos que, em meados de outubro aconteça uma melhora no Plano de Produção da Empresa. No acordo, conseguimos que os dias que os colaboradores estão devendo para a Caio, sejam compensados somente a partir do ano que vem. Nos feriados desde ano, todos vão poder descansar  e nesse período do acordo, o sindicato não vai descontar a mensalidade dos associados”, coloca Claudio Beiço.

Em nota, a Caio aponta que “a pandemia da covid-19 impactou de maneira negativa a economia mundial, o que exigiu adequações por parte das empresas. Especificamente no segmento de transporte coletivo, as compras de ônibus caíram de forma significativa, impactando na produção de carrocerias", explica.

A empresa realça que "em um esforço para preservar o equilíbrio financeiro e a maioria dos empregos de toda equipe, a empresa realizou a antecipação de feriados e, na sequência, acordo coletivo, com a duração de dois meses, no qual ocorreu a flexibilização de jornada de trabalho e salário e com o fim do acordo, em 31 de maio, ocorreram as demissões”.

Em outro trecho da nota a empresa destaca que "uma importante parcela das demissões foi por opção dos colaboradores e se pautasse as decisões apenas em fatos e em números, a quantidade de demissões seria quase sete vezes maior".

 

O acordo

O acordo prevê a suspensão do contrato de trabalho, de acordo com as regras da Medida Provisória 936/2020, nos meses de junho e julho, a redução de jornada de trabalho e de salários entre agosto e novembro de 2020 e o banco de horas, para compensação futura.

Todos os colaboradores entrarão em suspensão do contrato, com escala alternada de trabalho, nos meses de junho e julho, dividida em equipes (50% cada mês). Quem trabalhar integralmente durante o mês, recebe 100% do salário, enquanto que os colaboradores que permanecerem em casa, recebem 30%, mais 70% do valor do benefício emergencial do governo federal.

No mês seguinte, as posições são invertidas. Serão mantidos os afastamentos dos funcionários que fazem parte do grupo de risco. A Caio Induscar também propôs estabilidade no emprego por seis meses e, durante a suspensão dos contratos, os colaboradores terão direito aos planos de saúde e odontológico e cartão com desconto em folha, entre outros benefícios.

Já a redução de jornada terá duração de 116 dias, com validade até 30 de novembro. Durante este período, a redução máxima dos salários será de 40%. Caso a situação de produção total seja alcançada, o percentual retorna para 100% de jornada e salários.

O Banco de Horas é um recurso que poderá ser utilizado caso não haja produção nas unidades fabris. Neste caso, fica garantido o pagamento de 60% do salário. As horas pagas e não trabalhadas serão lançadas em banco de horas e poderão ser compensadas até 31 de dezembro de 2021.



Com JCNET
 


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