Botucatu tem projeto de humanização em cirurgias que "transforma" crianças em astronautas e fadas
12/10/2020
Botucatu tem projeto de humanização em cirurgias que "transforma" crianças em astronautas e fadas

Foto: Hospital Estadual de Botucatu/Divulgação

                       Crianças podem 'viajar' pelo espaço enquanto recebem a sedação antes da cirurgia em Botucatu

 

A ação que tem o objetivo de humanizar os processos da cirurgia pediátrica transforma as crianças em astronautas e fadas e as levam para uma viagem ao espaço ou para uma floresta encantada

 

Com G1

 

Aos 4 anos, o pequeno Thomaz Borges Rocha Chagas precisou enfrentar o centro cirúrgico do Hospital estadual em Botucatu (SP). O procedimento foi realizado há pouco mais de um mês.

A mãe, Gabriela Borges, já sabia que seria um desafio para o filho, que precisava passar por cirurgia de adenoide e retirada da amígdala. Ela conta que, quando bebê, Thomaz teve uma pneumonia e precisou ficar internado, desde então o menino tinha verdadeiro pavor de hospitais.

“Ele passou a ter medo de tudo, de gente de branco, até em consulta de rotina ele dava trabalho. Quando o Thomaz foi fazer os exames pré-operatórios ele tremia. É uma tortura para uma mãe”, conta Gabriela, que mora em Avaré (SP) com o garoto e outros três filhos, dois deles irmãos gêmeos do Thomaz.

Mas a história teve um final feliz dessa vez, graças ao Projeto “Minha Aventura no Hospital”, desenvolvido pela equipe pediátrica do Hospital Estadual de Botucatu.  A ação que tem o objetivo de humanizar os processos da cirurgia pediátrica transforma as crianças em astronautas e fadas e as levam para uma viagem ao espaço ou para uma floresta encantada.

A interação com esse universo da imaginação começa no pré-operatório, na preparação das crianças antes da anestesia. Gabriela conta que no dia dos exames, ela falou com as enfermeiras do trauma que o filho tinha de hospital e que estava bastante preocupada.

“Eu perguntei se poderia acompanhá-lo até sedarem ele, mas elas disseram que não era possível, mas para eu ficar tranquila que a equipe sabia como acalmar as crianças. Só não imaginava que era assim, quando deram o capacete de astronauta para o Thomaz e o brinquedo que com um botão se transformou no planetário, eu fiquei encantada.”

Segundo a diretora do hospital, a médica Silke Weber, a ideia do projeto é melhorar o atendimento à criança, facilitar sua entrada no centro cirúrgico, reduzir os mais diversos sentimentos como medo, angústia e a insegurança nas crianças que precisam de um tratamento ou de uma cirurgia, por mais simples que ela seja.

“Sabemos que toda cirurgia gera preocupações e incertezas, principalmente a de uma criança. Assim, resolvemos fazer com que a cirurgia, na mente da criança, se transforme em uma grande viagem. Há uma boa interação entre os anestesistas, a equipe cirúrgica e a equipe de enfermagem, e todos participam ativamente na criação da fantasia", conta a médica.

"A maioria das crianças já entra na sala conversando com a fada, falando palavras mágicas para a porta da floresta se abrir, segurando a máscara para poder voar, ou então procurando o seu planeta destino na sala entre a decoração”, completa Silke.


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