Professora da Unesp de Botucatu detida após participar de atos terroristas é afastada das atividades de ensino
12/01/2023
Professora da Unesp de Botucatu detida após participar de atos terroristas é afastada das atividades de ensino

Foto - Divulgação

          Processo administrativo irá apurar a participação da servidora pública nos ataques golpistas às sedes dos Três Poderes

 

Instituto de Biociências de Botucatu, local onde Sandra é docente, informou que a professora está com "afastamento preventivo das atividades de ensino e suspensão do período de férias previamente agendado"

 

A professora universitária do campus da Unesp de Botucatu, detida enquanto retornava dos atos terroristas praticados por bolsonaristas no último domingo (8), em Brasília (DF), foi afastada das atividades de ensino. A instituição confirmou a informação na tarde desta quarta-feira (11).

O Instituto de Biociências de Botucatu, local onde Sandra de Moraes Gimenes Bosco é docente, informou que a professora está com "afastamento preventivo das atividades de ensino e suspensão do período de férias previamente agendado".

Ela é alvo de um processo administrativo, instaurado na segunda-feira (9), que irá apurar a participação da servidora pública nos ataques golpistas às sedes dos Três Poderes.  O período inicial do afastamento é de 30 dias, mas a universidade pontuou que, "em função da gravidade, todos os esforços estão no sentido da maior celeridade possível" ao processo apuratório.

Sandra Bosco, desde 2010, atua como professora junto ao Departamento de Microbiologia e Imunologia, da Unesp Botucatu, ministrando aulas para os cursos de medicina veterinária, zootecnia, biomedicina, medicina, enfermagem, nutrição e ciências biológicas, na graduação, além de pós-graduação de biologia geral e aplicada e medicina veterinária.

Questionada, a instituição, por meio do Dr. Luiz Fernando Rolim de Almeida, diretor do Instituto de Biociências de Botucatu, informou que, a depender do que ficar determinado pelo processo administrativo, a penalidade pode ser a exoneração da servidora. Neste caso, ela deve ser feita pelo reitor da universidade.

Sandra foi detida pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), enquanto retornava de Brasília em um ônibus junto com outros 44 bolsonaristas radicais, no quilômetro 35 da Rodovia BR-153, em Onda Verde (SP).

Segundo a corporação, os passageiros do veículo possuíam marcas de balas de borracha nas pernas e confessaram que participaram da invasão ao Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF).

Com placas de Botucatu, o ônibus foi apreendido e encaminhado para a delegacia da Polícia Federal de São José do Rio Preto (SP), bem como os passageiros.  No mesmo dia, segundo a Polícia Rodoviária Federal, todos os passageiros foram ouvidos, qualificados e liberados.

Poucos dias antes dos ataques golpistas às sedes dos poderes, a professora universitária teria compartilhado nas redes sociais um folder chamando apoiadores bolsonaristas para participarem do ato em Brasília. No comunicado, consta que o ônibus sairia do Largo da Catedral, na última sexta-feira (6), com destino à capital federal. Ainda segundo o banner, o deslocamento, intitulado "Caravana para Brasília", seria gratuito para os participantes.

 

O que disse a Unesp

Em nota, o Instituto de Biociências da Unesp de Botucatu (IBB) "repudiou, com indignação, os atos de covardia e violência praticados em Brasília contra o patrimônio público".

A Unesp afirmou ainda que "a democracia foi atacada juntamente com o povo brasileiro de bem" e que "o IBB não compartilha do posicionamento e atitudes de servidores públicos envolvidos em atos antidemocráticos".

O comunicado da instituição, por fim, afirmou que a Unesp Botucatu "não vai tolerar esse tipo de postura" e encaminhará "denúncia às instâncias competentes", incluindo o "envio dos arquivos presentes nas mídias sociais ao Ministério da Justiça pelo e-mail" e a "apresentação de uma denúncia ao Ministério Público na tarde de segunda-feira".

A instituição ainda pontuou que, "após o recebimento de denúncias via Ouvidoria da Unesp e parecer da Comissão de Ética da Universidade, abriu um processo administrativo" para apurar a participação de servidores no ato golpista.

Fonte - G1


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