Hemocentro da Unesp de Botucatu fornece bolsa de sangue raro para paciente do Piauí
15/03/2023

Hemocentro da Unesp de Botucatu fornece bolsa de sangue raro para paciente do Piauí

O Hemocentro do HCFMB além de referência estadual, é reconhecido nacionalmente na identificação de doadores com fenótipos raros, sendo que a bolsa de sangue foi enviada para transfusão em uma paciente portadora de anticorpo raríssimo

 

Um sangue com característica específica, pouco frequente na população e, em alguns casos, com traço de característica familiar: o sangue raro é considerado uma preciosidade pelos Hemocentros do país. Isso porque pacientes com leucemia, transplantados de medula óssea e pessoas com anemia falciforme, por exemplo, dependem desse tipo sanguíneo para sobreviver.

Na última semana, o Hemocentro do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) foi acionado pela Coordenação-Geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde (CGSH/MS) para ajudar na procura de uma bolsa de sangue raro para uma mulher em estado grave, que precisava de uma transfusão de sangue na cidade de Teresina – PI.

A paciente é portadora de um fenótipo raríssimo, conhecido como Kell-Null, incidente em maior proporção na população de países como Finlândia, Japão e Reino Unido. No Brasil, apenas três doadores são compatíveis com essa condição, e um deles é doador no Hemocentro do HCFMB. Após o contato, o Hemocentro acionou o doador, que prontamente atendeu ao pedido e fez sua doação de sangue. O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí (Hemopi) providenciou a retirada da bolsa de sangue, que foi enviada no mesmo dia para Teresina e transfundida na paciente.   

Gerente do Hemocentro do HCFMB, Andrezza Castro ressalta a importância da doação. “Todo esse processo só foi possível devido a um gesto voluntário e de amor do doador, em sua generosidade em ajudar prontamente o próximo”, diz.

Conhecido como Kell-Null, este tipo de sangue raro é mais compatível com outros tipos sanguíneos por não apresentar os antígenos (substância que quando introduzida no organismo, ocasiona a produção de anticorpos) mais comuns. “Quando uma pessoa faz a doação de sangue, passa por um procedimento chamado fenotipagem eritrocitária, mecanismo que permite identificar mais características além dos conhecidos grupos sanguíneos ABO e RhD — que, juntos, formam o popularmente chamados tipos sanguíneos, como AB positivo ou O negativo, por exemplo. Ao fazer isso, o Hemocentro confere mais segurança às transfusões para pacientes que precisam da terapia transfusional”, explica Dra.  Patrícia Carvalho Garcia, coordenadora do Núcleo de Hemoterapia do Hemocentro do HCFMB.

No Brasil, o Ministério da Saúde do Brasil instituiu o Cadastro Nacional de Sangue Raro (CNSR), para o registro do quantitativo de doadores de sangue raro nos Hemocentros públicos do país, no intuito de rastrear a busca de sangue compatível nessas situações especiais, uma vez que encontrar o sangue compatível para atender à demanda de pacientes tem sido um desafio.

Para o doador Rafael Pereira Nogueira, portador do chamado sangue raro, doar é mais que um ato de solidariedade e de amor ao próximo. “Saber que pude ajudar a salvar uma vida, que fiz o bem para alguém que estava precisando e que posso fazer isso até para alguém em outro Estado me deixa muito feliz. Esse sentimento é o que me faz doar, e mais do que isso, incentivar sempre a doação de sangue, seja qual for o seu tipo”.

O Hemocentro do HCFMB é credenciado no CNSR e, além de referência estadual, o serviço é reconhecido nacionalmente na identificação de doadores com fenótipos raros. A identificação é realizada através da busca ativa, por meio dos testes de fenotipagem eritrocitária, que são realizados nas amostras de todos os doadores fidelizados no Laboratório de Imuno-hematologia do HCFMB.

“O atendimento à demanda transfusional desses pacientes é um grande desafio para os serviços de hemoterapia. Um dos principais objetivos do nosso Hemocentro é encontrar essas raridades e garantir a segurança do procedimento. É um trabalho minucioso que ajuda a salvar pacientes em todo país”, finaliza Dr. Cláudio Lucas Miranda, Diretor do Hemocentro do HCFMB. 

 

Vivian Abilio

Assessoria de Imprensa 

Gerência de Comunicação, Imprensa e Marketing 


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