Entrevista dada em rádio por especialista sobre mortes por coronavírus em Botucatu causa polêmica
27/03/2020
Entrevista dada em rádio por especialista sobre mortes por coronavírus em Botucatu causa polêmica

Fortaleza que integra o Comitê de Contingência para o coronavírus no Estado de São Paulo e consultor sobre a doença para o Ministério da Saúde e da Organização Pan Americana da Saúde, apontou que Botucatu poderia chegar a três mil mortes

 

Uma entrevista recente dada ao programa “A Marreta” da Rádio Municipalista, aos radialistas Carlos Pessoa e Vanderlei dos Santos fez com que o médico infectologista e professor da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB), Carlos Magno Castelo Branco Fortaleza, fizesse um desabafo nas redes sociais, através de sua página no facebook, sobre comentários que foram feitos.

Nessa entrevista, Fortaleza que integra o Comitê de Contingência para o COVID-19,  novo coronavírus, no Estado de São Paulo e consultor sobre a doença para o Ministério da Saúde e da Organização Pan Americana da Saúde, apontou que Botucatu poderia chegar a três mil mortes, caso não fossem adotadas medidas de prevenção, como o  isolamento social.

Fortaleza tomou como base a incidência da doença na China e em países europeus, como Itália, França e Espanha. Segundo ele foi utilizado dados de letalidade da Organização Mundial da Saúde (OMS) e também fornecidos pela Universidade de Brasília.

Ele alertou que esse é o vírus de mais grave e rápida evolução global desde a Gripe Espanhola (pandemia que durou de 1918 a 1920 e matou mais de 500 milhões de pessoas em todo o mundo). A possibilidade no caso de não contingências,  de em Botucatu poderia ter três mil mortes gerou várias manifestações, algumas ofensivas contra o especialista.

 

O que disse Fortaleza em vídeo

Entre os comentários, uma série de pessoas não só me desqualificaram tecnicamente quanto pessoalmente. Sou um servidor público, não sirvo a nenhuma legenda partidária ou algum interesse. Sou um médico que escolheu não ter um consultório e não trabalhar no setor privado, apenas para servir a população com minha assistência, pesquisa e organizar serviços de atendimento em saúde pública. Tenho trabalhado desde a assistência direta do coronavírus até assessoria à Secretaria de Estado da Saúde, ao prefeito de Botucatu e à Organização Pan Americana da Saúde.

Quero dizer a todos que me disponho, a qualquer momento a ir à rádio e a qualquer outro veículo de comunicação para explicar sobre a doença. Peço aqueles haters, trollers, aquelas pessoas que gostam de postar conteúdo ofensivo, que venham conversar. Gosto de conversar, do diálogo e de posições opostas para que possamos discutir racionalmente, mas certamente tudo o que falei foi tecnicamente embasado.

O que eu disse foi para criar cautela e não pânico na população. Quem me acusou de autopromoção é algo que está longe de meus interesses. Sou servidor público, professor universitário e pesquisador. Continuarei trabalhando para proteger a população”.


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