Centro Estadual de Contingência da Covid-19 discute possibilidade de segunda onda do coronavírus
11/11/2020
Centro Estadual de Contingência da Covid-19 discute possibilidade de segunda onda do coronavírus

Foto - Divulgação

Doutor Carlos Magno Fortaleza do HCFMB da Unesp de Botucatu é membro do Centro Estadual de Contingência da Covid-19 

 

A possibilidade da segunda onda e a questão de desmonte da estrutura montada para a Covid-19 nos municípios são as discussões maia acentuadas do órgão

 

A chamada segunda onda da Covid-19, que aflige países europeus, preocupa autoridades médicas. Embora a primeira onda do novo coronavírus ainda vigore nos municípios, estados e união, estudos estão sendo feitos caso as contaminações voltarem a crescer em disparada.

O assunto está no cerne das discussões do Centro Estadual de Contingência da Covid-19, que tem avaliado, inclusive, como será realizada a redução de leitos de Unidade de Terapia intensiva (UTI) para a Covid-19 no Estado, uma vez que a ocupação tem caído nos hospitais e a demanda de leitos para outras doenças crescido.

Segundo o infectologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, (HCFMB), professor doutor Carlos Magno Fortaleza, membro do Centro Estadual de Contingência da Covid-19 e consultor sobre coronavírus para o Ministério da Saúde e da Organização Pan Americana da Saúde, a possibilidade da segunda onda e a questão de desmonte da estrutura montada para a Covid-19 nos municípios são as discussões mais acentuadas do órgão.

"Está se tomando muito cuidado com isso, é uma situação extremamente complexa. Muitos leitos Covid não são do SUS, foram contratados do setor privado. E, neste momento, começam a faltar para outras doenças. E não se justifica manter alguns locais pagando caro por leitos de UTI ociosos. Com a flexibilização, os acidentes graves de trânsito, por exemplo, voltaram", comenta Fortaleza.

"No outro lado da moeda, temos a possibilidade real de segunda onda, basta ver a Europa. Então, o que é planejado é uma redução meticulosa de leitos, deixando uma boa margem. Lentamente desativando alguns, mas mantendo a possibilidade de ativá-los de novo. Não é fácil a reativação, mas não temos como deixar 60% ou 70% de leitos desocupados com outros pacientes precisando", pondera o infectologista. Ainda segundo ele, “a maioria dos casos de coronavírus da segunda onda na Europa têm se mostrado menos graves”.

Para Carlos Fortaleza, o fato de o Interior viver uma queda lenta dos casos de Covid-19, se comparado com a Europa - que reduziu sua curva epidemiológica em semanas, pode ser até mesmo algo positivo. "Será que houve uma segunda onda lá porque a redução foi rápida demais? Será que essa nossa lentidão pode nos livrar de uma segunda onda? Os estudos têm se dirigido para isso", observa o médico.


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