Hospital das Clínicas de Botucatu explana como a doação de leite humano ajuda a salvar vidas
02/02/2024
Hospital das Clínicas de Botucatu explana como a doação de leite humano ajuda a salvar vidas

Trabalho dos profissionais de saúde da UTI Neonatal e do Banco de Leite Humano pertencente à Gerência Técnica de Nutrição e Dietética, busca oferecer esperança e conforto às mães que acompanham o desenvolvimento de seus filhos prematuros

 

“Cada gota de amor pode salvar muitas vidas: seja uma doadora”. Esse é o slogan trabalhado pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (HCFM), Unesp de Botucatu, para incentivar a doação de leite materno, apontando o impacto da doação de leite humano na vida de um bebê prematuro. É o leite humano pasteurizado que fornece os nutrientes fundamentais para o desenvolvimento de uma criança que se encontra num processo de sustento pela própria sobrevivência.

Pode ser difícil encontrar palavras que façam jus ao sentimento de gratidão de uma mãe que acompanha a rotina de seu filho na UTI Neonatal – gratidão aos profissionais de saúde que cuidam de seus filhos e às doadoras de leite humano que contribuem com a manutenção da vida dos bebês.

No Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), o trabalho dos profissionais de saúde da UTI Neonatal e do Banco de Leite Humano (BLH), pertencente à Gerência Técnica de Nutrição e Dietética (GTND), busca oferecer esperança e conforto às mães que acompanham o desenvolvimento de seus filhos prematuros.

 

Depoimentos

Andressa de Cassia Motta Pereira é mãe de João Guilherme, que completou 30 dias em 1º de fevereiro. Natural de Paranapanema (SP), a jovem de 34 anos enfrentou a pré-eclâmpsia (hipertensão arterial específica da gravidez) durante parte de sua gestação. No dia 31 de dezembro, ela passou mal e foi encaminhada ao HCFMB para realizar o parto. João Guilherme nasceu com 31 semanas e foi internado na UTI Neonatal do Hospital.

Andressa permaneceu oito dias internada para retomar o controle da pressão, “que não voltava ao normal”, recorda.  “Saí no 8º dia, mas com cinco medicamentos para tomar”, diz. Para ela, o atendimento recebido pelos profissionais de saúde do HCFMB (Maternidade, Banco de Leite Humano e UTI Neonatal) foi um diferencial para que ela e o bebê pudessem enfrentar esta fase desafiadora.

Durante o período de estadia no HC, Andressa começou a tirar leite para oferecer ao seu filho e, hoje, intercala a realização do procedimento entre o Banco de Leite e sua própria residência. “A maneira como elas (profissionais do BLH) ensinam é mais fácil para compreender. Quando fazemos sozinha a manobra, não sabemos manusear muito bem, então a orientação faz a diferença”, explica.

Sobre as doadoras de leite humano do HCFMB, Andressa expressa seu sentimento enquanto acompanha a evolução de seu filho. “Agradecemos muito, porque muitas mães não conseguem amamentar, principalmente nos primeiros dias quando o leite não desce. O papel das doadoras é fundamental para todas nós”, finaliza.

Para a botucatuense Aline Victória da Silva, de 20 anos, as informações transmitidas pelos profissionais de saúde ajudaram-na a entender o quadro que estava enfrentando. “Sinceramente não imaginei que pudesse acontecer tudo o que aconteceu e sempre fui bem informada em relação a tudo o que estava se passando, principalmente nos exames de ultrassom”, disse.

Aline é mãe de Ravi, que nasceu há 15 dias com 36 semanas e 6 dias. A jovem realizava o pré-natal em Unidade Básica de Saúde, recebeu o encaminhamento para o HC em novembro e teve a notícia de que seu filho não estava se desenvolvendo da forma como deveria ser. “Ele não estava recebendo os nutrientes de forma adequada e não ganhava peso”, lembra.

“Quando meu filho veio para a UTI Neonatal foi assustador e eu tinha minhas limitações após a cesárea; ter que tirar leite, no começo, é difícil. O pessoal do Banco de Leite do HCFMB me explicou muito bem, me ajudou e finalmente consegui realizar o procedimento com o tempo”, afirma Aline. Sobre a intenção de continuar sendo uma doadora de leite para o BLH do HCFMB, Aline afirma que “com certeza, pois já comecei aqui e quero continuar”, finaliza.

 

Destinação do leite humano

De acordo com a médica responsável pelo BLH do HCFMB, Dr.ª Simone Manso de Carvalho Pelícia, as mães que tem leite excedente podem contribuir com os estoques do serviço. “O leite retirado pelas mães, em princípio, é usado pelos próprios filhos. Quando a mulher pede, nós entregamos o leite pasteurizado para que ela leve para casa ou utilizamos para outros bebês, quando a mãe autoriza a doação”, explica.

 

Como doar?

Para realizar a doação, a lactante precisa estar amamentando e ter leite em excedente, estar em boas condições de saúde, não ser usuária de droga nem fumante, não usar álcool e medicamentos contraindicados para amamentação, não ter recebido transfusão de sangue nos últimos seis meses e não estar com sintomas gripais.

O leite humano é rico em nutrientes importantes para os pequenos pacientes, principalmente aos prematuros, aos recém-nascidos com baixo peso ou que tenham alergia a alguma fórmula industrializada. Antes de ser distribuído aos bebês, o leite doado passa por um processo rigoroso de qualidade.

Quem tiver interesse em colaborar com o BLH do HCFMB, é necessário entrar em contato pelos telefones (14) 3811-6410, (14) 3811-2828 ou (14) 99799-8289. O BLH fornece o kit para a doadora, contendo máscara, touca, vidro esterilizado e folheto com todas as explicações da doação. Semanalmente, é realizada uma visita domiciliar para retirada do leite na residência da doadora.

Por - Vinícius dos Santos


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