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Os canteiros onde as sementes foram plantadas assemelham-se a caixões e as verduras e legumes cultivados no espaço serão doados para ajudar famílias afetadas pela pandemia

O aposentado e topiarista Antônio Guica de Souza Júnior, que ficou conhecido por transformar plantas vivas em obras de arte na Cidade de Bocaina, criou uma "horta cemitério" ao lado da Santa Casa da cidade para retratar o drama das vítimas da Covid-19. As verduras e legumes cultivados no espaço serão doados para ajudar famílias afetadas pela pandemia.

Os canteiros onde as sementes foram plantadas assemelham-se a caixões. "Nas hortas tradicionais, os canteiros são rentes ao chão, enquanto que, na minha horta, estão a 60, 70 centímetros do chão. E quem entra na horta tem impressão de que está dentro do cemitério, mas com uma diferença. Ao invés de pessoas dentro dos caixões, há sementes, que já brotaram", conta Guica.

Segundo ele, em respeito às regras de distanciamento social, o local só poderá receber visitas após o fim da quarentena. "Além das pessoas pegarem verduras de graça, terá uma promoção: cada matinho que a pessoa achar em um dos canteiros, receberá R$ 1,00. Se for tiririca, vale R$ 2,00", brinca. "Por mais que procure, ninguém ganhará nada porque não há. A horta é limpa".

Além da "horta cemitério", o aposentado revela que mantém, sozinho, outras duas hortas - uma que produz verduras e legumes para pessoas com câncer e outra que atende a população em geral. Entre os fatos e personalidades imortalizados por Guica no "Jardim da Fama" de Bocaina, que foi mantido por ele durante 16 anos, estão Elvis Presley, Roberto Carlos, Ayrton Senna, a imagem de Nossa Senhora Aparecida e o ataque terrorista às torres gêmeas nos Estados Unidos.

Fonte – JCNET

Lilian Grasiela