Ao contrário da capital, número de casos de covid-19 deve aumentar em todo interior do estado
06/06/2020
Ao contrário da capital, número de casos de covid-19 deve aumentar em todo interior do estado

Foto - Divulgação

Especialista alerta que prefeitos do interior incluíram nos decretos atividades que não foram inseridos no plano de flexibilização

 

Vários prefeitos do interior de São Paulo incluíram nos decretos municipais atividades que não estão listadas na fase correspondente à qual foram inseridos no plano, entre elas está a abertura de salões de beleza, academias e igrejas

 

O médico João Gabbardo, coordenador executivo do Centro de Contingência do Coronavírus no Estado de São Paulo, fez uma análise dos primeiros dias de flexibilização nas cidades do interior. O médico, que integrou como secretário no Ministério da Saúde, disse que o número de casos confirmados de covid-19 , o novo coronavírus, ainda deve aumentar no interior, enquanto que, na capital, a curva epidemiológica já está mais perto de uma estabilidade.

"Desde o início, nós dizíamos que o Brasil tinha uma vantagem em relação aos países da Europa, porque tivemos tempo para nos preparar, para adquirir equipamentos de proteção e de ampliar o número de leitos", explicou.

No decreto do Plano São Paulo, que deu início à flexibilização da economia no estado, consta que, com base na estrutura do atendimento em saúde e nos dados epidemiológicos, as prefeituras podem autorizar a retomada gradual de serviços e atividades não essenciais.

A partir daí, vários prefeitos do interior de São Paulo incluíram nos decretos municipais atividades que não estão listadas na fase correspondente à qual foram inseridos no plano. Entre elas está a abertura de salões de beleza, academias e igrejas.

No entanto, como explica Gabbardo, os órgãos municipais devem enviar um relatório detalhado argumentando essa possibilidade para a Secretaria Estadual de Saúde.  Além disso, devem esperar uma resposta da pasta antes de anunciar a autorização para estabelecimentos que não fazem parte da fase 2, na qual a maioria dos municípios está inserida.

"Precisa ficar muito claro que, se algum município flexibilizar de maneira que haja alguma consequência no aumento da transmissão de casos, logicamente isso vai indicar que, em uma próxima etapa, precisaremos alterar o faseamento. Daí, a cidade provavelmente vai passar para uma fase com ainda mais restrições", reforça.

"As pessoas têm que ter responsabilidade. Se essa flexibilização for maior do que está sendo sugerido, isso vai ter um efeito colateral. Nós vamos aumentar a transmissibilidade, reduzir a oferta de leitos e isso, na próxima avaliação, obviamente vai fazer com que essa região tenha um retrocesso na sua evolução, com implementação de medidas mais fortes no sentido de aumentar o distanciamento", completa.

 

Fonte - G1


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