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O valor terá custo adicional de R$ 6,8 bilhões para os cofres públicos em relação ao Orçamento de 2022, além da bolsa família, com acréscimo de R$ 150 por criança de até 6 anos
O Congresso Nacional (Senado e Câmara dos Deputados) aprovou nesta quinta-feira (23) Orçamento de 2023, com salário mínimo de R$ 1.320, O valor terá custo adicional de R$ 6,8 bilhões para os cofres públicos em relação ao anterior, além da bolsa família, fixada em R$ 600, com acréscimo de R$ 150 por criança de até 6 anos. A proposta do governo do presidente Jair Bolsonaro previa R$ 405 para o Auxílio Brasil e R$ 1.302 para o salário mínimo.
O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSDB-MG) promulgou a PEC da Transição, que amplia o teto de gastos em R$ 145 bilhões por um ano. "Constata-se que apenas 23 dias após sua apresentação perante o Congresso Nacional, a proposta foi aprovada em duas Casas. Concluímos mais uma importante tarefa destinada a garantir a todos os brasileiros e brasileiras patamares aceitáveis de dignidade humana e cidadania", disse.
No domingo (18), o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), havia determinado que os recursos para bancar o Bolsa Família devem ficar fora do teto. A decisão atendeu a um pedido da Rede Sustentabilidade.
"Reputo juridicamente possível que eventual dispêndio adicional de recursos com o objetivo de custear as despesas referentes à manutenção, no exercício de 2023, do programa Auxílio Brasil (ou eventual programa social que o suceda pode ser viabilizado pela via da abertura de crédito extraordinário, devendo ser ressaltado que tais despesas não se incluem na base de cálculo e nos limites estabelecidos no teto constitucional de gastos", afirmou o magistrado.
A votação do orçamento acontece um dia após a promulgação da chamada PEC da Transição, que abriu espaço no orçamento para essas despesas por meio da alteração da regra do teto de gastos (que limita a maior parte dos gastos à inflação do ano anterior). A PEC liberou R$ 145 bilhões em despesas dos ministérios no ano que vem, além de mais recursos para investimentos.
Outros pontos do relatório aprovados
Orçamento secreto e emendas
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por 6 votos a 5, como ficaram conhecidas as emendas parlamentares cuja distribuição de recursos é definida pelo relator do Orçamento, sem critérios claros ou transparência e passaram a ser questionadas.
Mesmo com o fim do orçamento secreto pelo STF, os recursos destinados para as emendas foram mantidos em R$ 38,8 bilhões para o próximo ano. O que houve, somente, foi uma redistribuição interna entre os tipos de emenda.
Rombo nas contas públicas
Ao acrescentar o espaço que precisa ser aberto pela PEC da Transição para gastos correntes e investimentos, a proposta do relator Marcelo Castro, fechada em conjunto com o governo eleito, elevou de R$ 63,7 bilhões para R$ 231,5 bilhões a previsão para o rombo das contas do governo em 2023.
O déficit primário é registrado quando as despesas do governo superam as receitas, sem considerar o pagamento de juros da dívida pública. Para honrar esse valor adicional, a União tem de emitir mais dívida. Quando acontece o contrário, o resultado é de superávit.
Quando a proposta de orçamento do governo do presidente Jair Bolsonaro foi enviada ao Legislativo em agosto deste ano, especialistas consultados já avaliaram que esse texto era pouco realista, pois continha várias incertezas diante do cenário eleitoral. A previsão era de que o rombo fiscal seria bem maior do que o estimado pela atual gestão.
Nesta segunda-feira (19), o futuro ministro da Fazenda indicou que o governo eleito tem um compromisso com a noção de "neutralidade fiscal", com a manutenção das despesas na sua proporção com o Produto Interno Bruto (PIB). Segundo ele, medidas de ajuste devem ser anunciadas após o governo tomar posse em janeiro.
Grandes números
Fonte – G1