Em Botucatu biólogos resgatam animais para diminuir impacto da obra de barragem do Rio Pardo
15/10/2023
Em Botucatu biólogos resgatam animais para diminuir impacto da obra de barragem do Rio Pardo

Com a construção do novo reservatório de água da cidade, uma área vai ser inundada para a represa, mas antes que isso ocorra, um projeto está realizando o resgate de animais silvestres para um local seguro, e isso vale até para os bichinhos que ainda nem nasceram

 

A Sabesp está finalizando a obra da barragem no Rio Pardo em Botucatu. O projeto deve garantir o abastecimento de água na cidade nas próximas décadas e para amenizar os danos ambientais, biólogos estão resgatando animais na mata para garantir que o alagamento mate o menor número de espécies possível.

Com a construção do novo reservatório de água da cidade, uma área vai ser inundada para a represa, mas antes que isso ocorra, um projeto está realizando o resgate de animais silvestres para um local seguro, e isso vale até para os bichinhos que ainda nem nasceram.

No meio da floresta, a equipe se prepara pra subir até o topo das árvores. Equipamentos de rapel são usados para ajudar no trabalho. O objetivo é fazer uma varredura para localizar ninhos de pássaros, com ovos ou filhotes.

A equipe de Resgate da Fauna entra em ação e recolhe os ovos para salvar o futuro das espécies. “Estamos fazendo uma varredura em todas as árvores dessa região para gente resgatar o maior número de ovos possível e esses ovos vão para uma incubadora, uma chocadeira que vai cumprir esse período de incubação para ter uma chance de sobrevivência, porque em outra situação eles seriam todos perdidos”, explica Jorge Martins, coordenador do projeto.

 

Maior obra hídrica da cidade

Considerada a maior obra hídrica da cidade, a barragem está sendo construída pela Sabesp no Rio Pardo e já está em fase de finalização e tem capacidade de até 10 bilhões de litros de água.

O plano de trabalho criado para o resgate da fauna é uma das exigências da Secretaria de Meio Ambiente do estado para minimizar os impactos do empreendimento. De acordo com um levantamento feito por especialista nessa região foram identificadas quase 300 espécies da fauna silvestre.

Entre elas , pelo menos 9 estão em algum grau de ameaça de extinção no Brasil. “Essa região já é mapeada como muito importante para a biodiversidade há décadas. Aqui nesse espaço verde é muito fácil encontrar diferentes espécies de aves, além de animais como tamanduá-bandeira, onça parda, então é uma área muito importante”, completa o coordenador do projeto.

Um centro adaptado com equipe multiprofissional foi montado no canteiro de obras da represa, desde o início da construção. Todos os ovos que estão sendo resgatados da área de inundação, devem ficar no equipamento que é uma chocadeira digital. Para que eles possam nascer e poder voltar para a natureza.

“Tem muitas espécies migratórias e não só esse espaço, mas os que estão ao redor são como corredores de passagem para esses animais. Apesar do impacto que vai ter essa obra na região, tem muito fragmento conectado e creio eu com o tempo o impacto atual vai ser absorvido”, explica o biólogo Osório do Nascimento Neto.

Outros animais silvestres de grande porte também já foram resgatados e soltos em áreas seguras. No centro veterinário ficam somente os que estão doentes ou que não se adaptam ao habitat.

“Esses animais que ainda não estão adaptados ainda, por exemplo, filhotes que precisam de cuidados mais intensivos ou quando o animal chega machucado, ele fica aqui e nós fazemos todo atendimento necessário, os cuidados veterinários até conseguirmos dar a destinação”, afirma o médico veterinário Elton Ritir.

Mudas de árvores nativas também foram plantadas no entorno do empreendimento como parte da revitalização da área. Dos 280 hectares do empreendimento, 130 serão destinados à proteção permanente. Um trabalho conjunto para preservação da fauna e da flora.

“A gente sabe que toda ação como essa tem impacto sobre a fauna e o nosso papel é fazer com que tenha o menor impacto possível”, finaliza Jorge.

Fonte – G1


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