Em greve, grupo de trabalhadores do Correios de Botucatu realiza doação de sangue no Hemocentro
01/09/2020
Em greve, grupo de trabalhadores do Correios de Botucatu realiza doação de sangue no Hemocentro

Garantem os sindicalistas que não retornam ao trabalho antes de acordarem ao menos a manutenção das 70 clausulas retiradas do acordo, reduzindo em 43% o salário, inclusive já descontando das folhas de pagamento do mês de agosto

 

Sem uma definição, a greve dos Correios iniciada em 17 de agosto continua no Brasil com a adesão de mais de 85% dos trabalhadores segundo apontam sindicatos que representam o setor apontando que a empresa voltou atrás na proposta de manter o acordo coletivo, válido por dois anos e a ainda não há previsão do término do movimento grevista.

Garantem os sindicalistas que não retornam ao trabalho antes de acordarem ao menos a manutenção das 70 cláusulas retiradas do acordo, reduzindo em 43% o salário, inclusive já descontando das folhas de pagamento do mês de agosto.

Enquanto aguardam uma definição, os trabalhadores do Correios de Botucatu tomaram a iniciativa de fazer doação de sangue e se deslocaram até o Hemocentro do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) para que as coletas de bolsas fossem feitas. Os funcionários elaboraram uma carta, onde mostram o inconformismo com a situação.

 

                                                                                                             A CARTA

Correios é deficitário na ordem de mais de 35 mil funcionários, último concurso realizado em 2011, e com 45 anos de idade média de seus funcionários Dentre as estatais, os funcionários dos Correios tem o menor piso salarial (média de R$1.800,00). São obrigados a pagar mensalidade de convênio por (média de R$400,00) mais o compartilhamento de 50% de tudo que usar. Pagam também por um rombo de 7 bilhões de reais em seu Fundo de Previdência onde um dos seis maiores responsáveis foi o ministro Paulo Guedes. Sabia disso?

A empresa é autossustentável, não depende, e nunca dependeu de dinheiro do governo. E quando se obtém lucro, o governo vem e retira sua parte. Quando se tem prejuízo ele é seu, mas quando tem lucro ele é meu. Engraçado o governo né? Onde foi parar todo o lucro da empresa ao longo de décadas? No meu bolso que não foi.

E agora com a ferocidade do ministro Paulo Guedes em queimar a imagem do Correios para privatizar de umas vez por todas, eles quebraram através de uma liminar concedida na calada da noite pelo ministro Dias Tófolli, um acordo trabalhista firmado do Tribunal Superior do Trabalho (TST), com validade até 2021.

Será que alguém aceitaria trabalhar sem um acordo regendo direitos e deveres entre patrões e empregados? Os funcionários do Correios não estão pedindo mais benefícios, não estão pedindo aumento. Eles só querem que cumpra o acordo firmado no TST.

 

                                                                                                EMPRESA SE MANIFESTA

Os Correios se manifestou sobre a continuidade da greve e afirmaram que não possuem mais condições de suportar as altas despesas, o que significa, dentre outras ações que já estão em andamento, discutir benefícios que foram concedidos em outros momentos e que não condizem com a realidade atual de mercado.

A empresa também destaca que o prejuízo causado pela greve afeta os empreendedores que já estão sofrendo impactos nos seus negócios, tendo em vista que dependem dos serviços da empresa para conseguirem se manter com a pandemia.

Para o Correios a intransigência das entidades representativas, que tornaram a greve uma prática quase anual, está prejudicando não só o funcionamento da empresa, mas, essencialmente, a população brasileira.


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