Sindicato que representa a categoria aponta que os funcionários reivindicam mais segurança no trabalho e acesso à saúde, além do dissídio salarial
São 110 das 134 unidades do estado de São Paulo da Fundação do Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (CASA), entre elas a unidade de Botucatu, que fez uma manifestação em frente à unidade do município, que fica ao lado do Hospital Cantídio de Moura Campos (Psiquiátrico).
O Sindicato dos Trabalhadores nas Fundações Públicas de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (Sitsesp), os funcionários reivindicam mais segurança no trabalho e acesso à saúde, além do dissídio salarial. Os trabalhadores estão descontentes com um aumento no valor do plano de saúde e que um novo reajuste já teria sido anunciado para janeiro de 2021, além de reclamações em relação à escala dos agentes.
O Sindicato informou que o trabalho dos funcionários é considerado um serviço essencial e, por isso, apenas 20% dos servidores estão paralisados. Segundo o Sitsesp, por conta do horário de trabalho reduzido no turno da noite e o afastamento de funcionários que fazem parte do grupo de risco da Covid-19, a segurança nas unidades está falha.
“Nós temos muitas situações de violência no dia a dia. Já tivemos três assassinatos de servidores no estado e as agressões são frequentes. É muito difícil, pois não temos nenhuma assistência ou suporte”, disse o diretor de negociação do sindicato, frisando que o aumento no valor do plano de saúde fornecido subiu desproporcionalmente. “A situação financeira de todos está complicada, poucos estão conseguindo arcar com esses gastos”, explicou.
Em nota, a Fundação Casa informou que, desde o início de 2020, mesmo em um ano atípico por conta da pandemia da Covid-19 no mundo, a Instituição vem dialogando com o Sitsesp, entidade que representa os servidores da Instituição, sobre as reivindicações apresentadas no dissídio coletivo.
Na quinta-feira (3), a Fundação Casa se reuniu novamente com uma equipe do Sitsesp para dar a devolutiva da Instituição sobre as reivindicações da categoria.
Na segunda-feira (7), o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) decidiu que, em caso de deflagração de greve dos servidores da Fundação Casa, no dia 9 de dezembro, seja mantido efetivo mínimo de 80% do quadro de funcionários no plantão, uma vez que a execução de medida socioeducativa é serviço essencial, de funcionamento ininterrupto. Em caso de descumprimento, o Sindicato pagará multa diária de R$ 100 mil.
Por conta do Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus (COVID-19), estabelecido pela Lei Complementar nº 173/2020, está proibida a concessão de reajuste ou a modificação da remuneração de servidores públicos, assim como a criação de bônus ou benefícios de qualquer natureza relacionados ao custo com o quadro de servidores.