Empresário de Botucatu que representa funerárias cita colapso e convida Bolsonaro a ser coveiro
12/03/2021
Empresário de Botucatu que representa funerárias cita colapso e convida Bolsonaro a ser coveiro

Foto - Divulgação

Panhozi aponta que o setor está sendo testado ao limite;  várias regiões já estão trabalhando em sua capacidade máxima  e, se não forem tomadas medidas urgentes de contenção o País terá um cenário muito preocupante

 

O presidente da Abradif (Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário), Lourival Panhozzi, disse hoje que o Brasil vive à beira de um colapso devido ao descontrole no número de óbitos por covid-19. Ele convidou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para ser coveiro "só por um dia para ter a real noção do que está acontecendo no Brasil".

Em entrevista à CNN Brasil, Panhozzi afirmou que empresas do setor já trabalham com o dobro de óbitos registrados em dias normais e que, em 44 anos de trabalho, nunca tinha visto "uma tristeza tão reprimida, tão grande nas famílias".

"O Brasil tinha, antes, uma média de 100 mil óbitos por mês. Esse número se elevou muito. Antes eram em poucas regiões, agora está disseminado em todo Brasil, mas principalmente no estado de São Paulo. Então, várias empresas estão trabalhando com o dobro de óbitos normais. Em Mogi eu fazia sete óbitos por dia. Ontem fiz 23 em um dia", afirmou hoje à noite.

"O nosso setor está sendo testado ao limite. Várias regiões já estão trabalhando em sua capacidade máxima. E, se não forem tomadas medidas urgentes de contenção, contra o descontrole no aumento de casos, nós vamos ter um cenário muito preocupante. Estamos à beira do colapso. Estamos suportando, temos limites, mas é bom que que a sociedade não teste o nosso limite", acrescentou, em seguida.

Panhozzi também fez críticas à atuação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no combate à pandemia e aproveitou a entrevista para convidá-lo a ser coveiro por um dia.

“O presidente Bolsonaro disse que não é coveiro, né? Convido a ser coveiro para ficar um dia numa funerária. Só um dia, para acompanhar as famílias que estão perdendo parentes, para ter a real noção do que está acontecendo no Brasil. Não estamos sepultando urnas, estamos sepultando pessoas."

 

2.207 óbitos registrados nas últimas 24 horas

Um dia após registrar o recorde de 2.349 mortes causadas pela covid-19 em 24 horas, o Brasil voltou a computar mais de 2 mil óbitos pela doença. Na quinta-feira (11), foram reportados 2.207 novos óbitos. Também pelo 13º dia consecutivo, apresentou a mais alta média diária de mortes da pandemia: 1.705 nos últimos sete dias.

Os dados são do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, com base nas informações transmitidas pelas secretarias estaduais de saúde. O país soma 273.124 óbitos e 11.284.269 infectados, sendo 78.297 novos casos registrados entre ontem e hoje.

Já são 50 dias seguidos com a média diária de mortes acima de mil, o período mais longo desde março de 2020. Também é o décimo dia consecutivo com mais de mil vítimas reportadas em um intervalo de 24 horas.


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