Estudo da vacinação em massa em Botucatu começa a apresentar resultados em três ou quatro semanas
27/05/2021
Estudo da vacinação em massa em Botucatu começa a apresentar resultados em três ou quatro semanas

A expectativa do infectologista Carlos Magno Fortaleza é que, após três ou quatro semanas após a vacinação, quando as pessoas começarem a ter anticorpos eficazes deverá haver uma queda significativa de novos casos da doença

 

Embora Botucatu esteja participando da vacinação em massa da população acima dos 18 anos, como parte de um estudo inédito feito pela Unesp e universidade de Oxford, em parceria com Ministério da Saúde, para avaliar a efetividade da vacina Oxford/AstraZeneca contra a covid-19, inclusive na prevenção às novas cepas do coronavírus, ainda é elevado o número de novos casos de infecção da doença.

O infectologista e coordenador da pesquisa, Carlos Magno Fortaleza, falou sobre este avanço e sobre as expectativas em relação a vacinação. "Infelizmente o número de casos está aumentando e nós acreditamos que duas semanas antes da vacinação ouve uma euforia, uma sensação falsa de segurança que fez com que as pessoas se aglomerassem e relaxassem nos cuidados. Então tivemos um aumento dos casos de covid", afirma.

O médico também falou sobre a expectativa de melhora nos números com o passar do período para a vacina começar a produzir os anticorpos. "Nossa expectativa é que, após três ou quatro semanas após a vacinação, quando nós começamos a ter anticorpos eficazes nas pessoas, haja uma queda significativa de casos. Isso vai ocorrer em meados de junho."

A média de casos da doença na cidade aumentou desde a primeira etapa da imunização do estudo no dia 16 de maio, o que pode demonstrar que as pessoas estão diminuindo os cuidados de prevenção contra o coronavírus.

Na primeira semana de maio, foram registrados 52 casos por dia da doença no município e, na semana do dia 16 ao dia 22 de maio, esse número aumentou para 92 casos diários. Confira o avanço da média de casos positivos em todo o mês de maio no município:

  • 25/04 a 01/05: 56 média casos por dia
  • 02/05 a 08/05: 52 média casos por dia
  • 09/05 a 15/05: 89 média casos por dia
  • 16/05 a 22/05: 92 média casos por dia

Diante deste aumento, especialistas alertam que todos no estudo foram imunizados apenas com a primeira dose e que o isolamento social, uso de máscara e a higienização das mãos com álcool em gel continuam sendo necessários para evitar o aumento de casos da doença.

 

Vacinação em massa

O estudo inédito sobre efetividade do imunizante já realizou três ações de imunização neste mês para a população adulta. Quem não conseguiu participar dessas ações e se encaixa nos critérios da pesquisa pode procurar uma das 22 unidades de saúde para receber o imunizante.

As pessoas que tentaram passar pela triagem nas outras ações e não conseguiram ser aprovadas precisam ir até a Ouvidoria, localizada no prédio da prefeitura, e realizar uma nova triagem para que possam ser encaminhadas para receber a primeira dose do imunizante.

No dia 16, no chamado Dia D, foram imunizados mais de 66 mil moradores na ação que usou a estrutura das eleições do ano passado e contou com o trabalho de mais de 2,5 mil voluntários. Também durante a semana passada, mais de 2 mil estudantes da Unesp, que moram na cidade, foram vacinados no próprio campus.

Na etapa do dia 22, foram vacinados os cidadãos que não estavam na cidade no dia 16 ou que trabalharam durante todo o dia; que receberam a vacina da H1N1 há menos de 15 dias; que tiveram covid-19 confirmada há menos de 30 dias; ou que estavam cumprindo quarentena na data da vacinação em massa.

A partir desta quarta-feira (26), uma busca ativa começou a ser realizada na zona rural da cidade para encontrar moradores que ainda não receberam a dose da vacina Oxford/AstraZeneca. Isso porque essas pessoas não conseguiram ir até a cidade nas ações do dia 16 e do dia 22 de maio por falta de comprovante de residência no próprio nome ou de familiares, entre outros impedimentos, mas que se encaixam no perfil.

 

Sequenciamento genético

Após receber a vacina, o morador de Botucatu deve assinar um termo para autorizar, em caso positivo de Covid-19 depois da aplicação, os procedimentos para fazer o sequenciamento genético do vírus

Essa análise do material genético de testes positivos é a principal ferramenta do estudo de efetividade. É com o sequenciamento genético que os cientistas vão descobrir se a vacina consegue reduzir tanto os casos graves da doença quanto a transmissão das variantes.

Para autorizar, é simples e seguro: basta assinar um documento. Esse tipo de termo é comum em pesquisas e foi aprovado pelo Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), órgão que monitora e fiscaliza a aplicação de políticas públicas do SUS. O termo garante sigilo dos dados que só vão ser registrados pelos cientistas.

Com G1


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