Estudo desenvolve aplicativo que prevê tempo em lista de espera para realização de transplante renal
16/06/2021
Estudo desenvolve aplicativo que prevê tempo em lista de espera para realização de transplante renal

Compatibilidade para o transplante renal significa que os órgãos do doador passaram por exames e análise genética completa e após estes resultados, são realizadas análises comparativas com todos os pacientes que estão na fila

 

O Serviço de Transplante Renal do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) participou de uma iniciativa pioneira, que permitirá prever o tempo que o paciente ficará em lista de espera para realizar um transplante renal. Atualmente, esta estimativa é muito difícil de ser feita, já que a lista de espera da Central de Transplantes do Estado para transplante renal obedece ao critério de compatibilidade, e não a ordem de inscrição.

A compatibilidade para o transplante renal significa que os órgãos do doador passaram por exames e análise genética completa. Após estes resultados, são realizadas análises comparativas com todos os pacientes que estão na fila. Os mais compatíveis ganham mais pontos. O tempo de espera e condições médicas como diabetes, por exemplo, são fatores determinantes para garantir maior pontuação. Cada vez que um rim é doado, um novo ranking é gerado.

 

Projeto de Pesquisa

Em um trabalho envolvendo o Serviço de Transplante Renal do HCFMB, a Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB|Unesp) e outros Hospitais brasileiros foi desenvolvido um modelo capaz de predizer o tempo em lista para transplante renal.

“Por um aplicativo que tem como base as informações disponíveis no momento da inscrição, conseguiremos estimar em qualquer período o tempo de espera – como por exemplo 24, 36, 48 meses. Esta informação é importante para o paciente e para o médico, que pode ajustar sua programação de tratamento frente a esta estimativa”, explica Dr. Luis Gustavo Modelli de Andrade, Coordenador do Serviço de Transplante Renal do HCFMB.

O desenvolvimento deste modelo levou em consideração a Base de Dados da Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo (SES) dos últimos 17 anos, com utilização de técnicas de machinelearning, que é a elaboração de algorítimos que respondam automaticamente aos dados sem a necessidade de intervenção humana contínua. “O benefício se estende a todas as equipes de transplante do Estado de São Paulo, para o qual o modelo é válido”, frisa Dr. Luis Gustavo. Por se tratar de um projeto de pesquisa, não há uma previsão de implantação do modelo no HCFMB.

O estudo já foi publicado na revista PlosOne: Sapiertein Silva JF. PLoSOne. 2021 May 20;16(5):e0252069.

Por: Vinícius Dallaqua dos Santos


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