Por melhores condições de trabalho, funcionários da Fundação CASA entram em greve
19/06/2021
Por melhores condições de trabalho, funcionários da Fundação CASA entram em greve

De acordo com o sindicato, mais de 30 servidores faleceram vítimas da covid-19, a instituição não garantiu equipamentos de proteção individual de qualidade, nem testagem periódica e em massa

 

Servidores e servidoras da Fundação do Centro de Atendimento Socieducativo ao Adolescente (CASA), sistema socioeducativo no estado de São Paulo, iniciaram uma greve. Segundo informações do Sindicato da Socioeducação de São Paulo (Sitsesp), a greve ocorre em todas as unidades da Fundação no estado. Em Botucau a unidade funciona na Avenida Professor Cantídio De Moura Campos, 630, Jardim Aeroporto.

Os trabalhadores aprovaram a greve em assembleia na noite do dia 15 de junho, após tomar conhecimento da “postura intransigente” da Fundação CASA. “A Fundação e o governo do estado de São Paulo estão atacando a categoria, desvalorizando os profissionais, seja com as novas regras sobre o vale-refeição, seja pelo aumento do convênio médico ou pela falta de reajuste e aplicação do Plano de Cargos e Salários”.

Ainda de acordo com o sindicato, mais de 30 servidores faleceram vítimas da covid-19, a instituição não garantiu equipamentos de proteção individual de qualidade, nem testagem periódica e em massa. “Fecharam diversas unidades e transferiram arbitrariamente vários funcionários. Se recusaram a dar reajuste no salário com a inflação disparando e corroendo os salários. Estão querendo retirar direitos como o vale refeição em plena pandemia”, diz nota do sindicato.

O movimento agendou um protesto para o dia 23 de junho, com concentração em frente ao Masp, passeata até a sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e encerramento na Secretaria da Justiça e Cidadania. Nesse dia será julgado o dissídio coletivo dos funcionários.

 

Caráter essencial

Em nota, a Fundação CASA explicou que devido ao caráter essencial do serviço prestado pela instituição, o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) determinou que os agentes de apoio socioeducativo, agentes educacionais, assistentes sociais, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, pedagogos, psicólogos, profissionais de educação física e agentes de apoio operacional devem continuar em atividade no percentual mínimo de 70%.

O julgamento do dissídio coletivo está marcado a próxima quarta-feira (23), ocasião em que os pleitos serão analisados pela Justiça do Trabalho.

Ainda em nota, a Fundação Casa afirmou que “lamenta a intransigência do Sitsesp”, entidade sindical que representa parte dos servidores da instituição, “pela decisão de implementar um movimento de greve em plena pandemia de Covid-19”.

“A Fundação destaca que, durante todo período da pandemia de covid-19, nunca houve atraso ou suspensão nos pagamentos e nos benefícios (vale-refeição, alimentação e convênio médico), e todos empregos foram mantidos. Essa é uma situação completamente oposta ao do restante da população, que atualmente sofre com uma grave crise econômica causada pela pandemia”, declarou.

A instituição ainda reforçou “que sempre esteve aberta ao diálogo com o sindicato e que realizou inúmeras reuniões com o propósito de chegar a um acordo”.

 

A Fundação

A Fundação CASA é um órgão ligado à Secretaria de Justiça e Cidadania, responsável pela execução de medidas socioeducativas de restrição (semiliberdade) e privação de liberdade (internação) a cerca de 19 mil adolescentes ao ano no estado de São Paulo. A socioeducação é  considerado um serviço essencial.


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