Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus visitou Botucatu, revela pesquisador de Avaré
09/07/2021
Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus visitou Botucatu, revela pesquisador de Avaré

Santa esteve em Botucatu em fevereiro de 1913, quando procurou o primeiro bispo, dom Lúcio Antunes de Souza, para lhe pedir a bênção, já que pretendia abrir uma comunidade de freiras em Avaré, as quais fariam serviços de enfermagem no hospital da cidade

 

Celebrada neste feriado de 9 de julho, data de sua morte em 1942, madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus, a primeira santa canonizada pela Igreja, que atuou no Brasil, esteve em Botucatu, segundo afirmou o pesquisador Gesiel Júnior, de Avaré, autor de livro sobre a mulher religiosa que dedicou sua vida ao serviço aos mais necessitados e fundou a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição.

“Santa Paulina esteve em Botucatu em fevereiro de 1913, quando procurou o nosso primeiro bispo, dom Lúcio Antunes de Souza, para lhe pedir a bênção, já que pretendia abrir uma comunidade de freiras em Avaré, as quais fariam serviços de enfermagem no hospital da cidade. Dom Lúcio a abençoou e as freiras trabalharam durante muitos anos na região”, relatou Gesiel, autor de "Madre Paulina: uma santa passou por Avaré", obra publicada pela Editora Gril, em 2002, cujo prefácio foi assinado por dom Aloysio Penna, então arcebispo de Botucatu.

Até 2013 as Irmãzinhas da Imaculada Conceição trabalharam em Avaré em serviços de saúde, educação e assistência social. Na região, as seguidoras de Santa Paulina também tiveram casas em São Manuel e em Águas de Santa Bárbara.

            

Sobre a santa

 

Gesiel Júnior

Especial para o Tribuna de Botucatu

 

Amábile Lucia Visintainer, nome civil de Santa Paulina, nasceu em Trento (norte da Itália) em 16 de dezembro de 1865. Seus pais Napoleão e Ana eram cristãos devotos, mas muito pobres.

Foi esta precária situação econômica que motivou a família da santa a emigrar para o Brasil em 1875. Os Visintainer se estabeleceram no estado de Santa Catarina, em uma comunidade italiana chamada Nova Trento.

Logo após sua chegada, Amábile conheceu Virginia Rosa Nicoldi e ambas se tornaram melhores amigas. Compartilhavam o mesmo amor por Cristo e sempre rezavam juntas fervorosamente. Até fizeram a primeira comunhão ao mesmo tempo, quando tinham 12 anos.

Durante sua adolescência, a jovem começou a participar do apostolado paroquial dando catequese para as crianças, cuidando dos doentes e idosos, e até mesmo a limpando a igreja. Amábile se dedicava a estes trabalhos de corpo e alma e, sem que ela suspeitasse, dilapidaram sua vocação para a vida religiosa.

Com a permissão de seu pai, a santa construiu uma pequena casa, em terreno doado por um barão, onde ia rezar, recebia os enfermos e ensinava as crianças. Sua primeira paciente foi uma mulher com câncer terminal e que não tinha ninguém para cuidar dela.

O dia 12 de julho de 1890 é considerado a data de fundação da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, a primeira congregação feminina fundada no país, que começou com o trabalho de Amábile e Virginia na pequena cabana.

Naquele mesmo ano, as duas amigas e outra jovem fizeram seus votos religiosos. Amábile mudou seu nome para Paulina do Coração Agonizante de Jesus e foi nomeada superiora.

O apostolado das irmãs atraiu muitas vocações. Além de suas obras de caridade, também tinham uma pequena indústria de seda para superar as dificuldades econômicas.

Em 1903, Paulina foi convidada a se mudar para São Paulo. Estabeleceu-se no bairro do Ipiranga, onde fundou a obra “Sagrada Família” para acolher os ex-escravos e seus filhos. Em 1918, a igreja brasileira deu reconhecimento a suas virtudes por seu exemplo vocacional.

Em 1938, contraiu diabetes e seu calvário começou. Tiveram que amputar o seu braço direito e chegou a ficar cega. Madre Paulina morreu piedosamente em 9 de julho de 1942. Ela foi beatificada em 1991 pelo Papa São João Paulo II durante sua visita ao Brasil em 1991 e por ele canonizada em 2002, em Roma.


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