Implantação da coleta seletiva de lixo no Hospital das Clínicas de Botucatu é uma atitude para a saúde do planeta
15/08/2021
Implantação da coleta seletiva de lixo no Hospital das Clínicas de Botucatu é uma atitude para a saúde do planeta

Projeto visa a melhor forma de destinar os resíduos adequadamente, já que os hospitais são fontes de geração de lixo significativas e, se não houver um gerenciamento adequado, são altas as chances desse grande volume de material gerar poluição e contaminação ambiental

 

Com o desenvolvimento tecnológico, a produção de materiais plásticos e de embalagens teve um aumento significativo ao longo dos últimos anos, culminando, assim, em uma maior quantidade de lixo. Durante a pandemia, este volume aumentou ainda mais, buscando maior segurança sanitária e, mas aumentou os impactos ambientais e sociais dos resíduos.

Dados do Núcleo de Hospitais Sustentáveis (NHS) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) mostram que são produzidos cerca de 3 toneladas de resíduos por dia no Complexo HC, sendo que em torno de 60% destes são comuns e se recicla em torno de 10%. “No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que os serviços de saúde deveriam gerar em torno de 80% de resíduo comum e reciclar, no mínimo, 25%”, aponta a coordenadora do NHS, Prof.ª Karina Pavão.

Pensando em melhorar este cenário dentro do Hospital, o Núcleo de Hospitais Sustentáveis, em parceria com o Núcleo de Higienização, iniciou a implantação da coleta seletiva nos setores do Hospital, começando pelo Hemocentro no mês de maio, a partir de treinamentos e ações práticas, até a titulação com o selo Reciclo, idealizado para reconhecer os setores que concluem as capacitações e conseguem manter os ensinamentos adquiridos em suas áreas. Todo material reciclável coletado irá para a cooperativa de catadores de Botucatu, com a qual o HCFMB já tem parceria há mais de 10 anos.

Juliana Barbosa, coordenadora do Núcleo de Higienização do HCFMB, aponta que, desde janeiro de 2021, o setor realiza parcerias para o desenvolvimento de melhor controle dos descartes de lixo do Hospital, que foram aprofundadas a partir da implantação da coleta seletiva. E os resultados começaram a aparecer.

Dados coletados pelo Núcleo de Higienização apontam que período de março a julho, por conta das mudanças realizadas e dos treinamentos aplicados, houve uma queda de 127% da quantidade de resíduos infectantes no Hemocentro, de 2.595 Kg para 1.143 Kg, causando uma economia de quase R$ 2.700. “Os resultados mostram que a educação continuada e a orientação das equipes são as melhores ações para a diminuição do montante e a melhoria quanto à segregação dos resíduos”, afirma Juliana.

Para a Gerente de Relacionamento e Internação, Enf.ª Janaína Celestino, um projeto de coleta seletiva de lixo é a melhor forma de destinar os resíduos adequadamente. “Os hospitais são fontes de geração de lixo significativas e, se não houver um gerenciamento adequado, são altas as chances desse grande volume de material gerar poluição e contaminação ambiental. Colocar em prática isso dentro no HC não exige um investimento alto e o retorno é muito satisfatório”.

Os treinamentos e o processo do selo Reciclo já estão em andamento também no Núcleo de Farmácia e, de acordo com Prof.ª Karina, devem ser implantados em todo o Hospital. “Somente assim, poderemos minimizar os impactos sócio-ambientais associados ao lixo que produzimos no HC e, ao mesmo tempo, pensar em formas de gerarmos menos resíduos”, encerra.

Por -  Maíra Masiero


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