Paciente de hospital de Botucatu usa aparelho que substitui as funções de pulmão e coração
20/09/2021
Paciente de hospital de Botucatu usa aparelho que substitui as funções de pulmão e coração

A avançada Terapia, que já é realizada no Brasil em grandes centros de referência, é indicada em casos bastante específicos e exige uma estrutura hospitalar com profissionais capacitados

 

A equipe de Cirurgia Cardíaca do Complexo Hospitalar da Unimed Botucatu realizou na primeira semana de setembro um procedimento inédito na região: a implantação de um ECMO – um aparelho de oxigenação por membrana extracorpórea.

A avançada Terapia, que já é realizada no Brasil em grandes centros de referência, é indicada em casos bastante específicos e exige uma estrutura hospitalar com profissionais capacitados. O recurso ficou conhecido da população em geral em abril desse ano, quando foi utilizado no humorista Paulo Gustavo, vítima de covid-19, o novo coronavírus.

A ECMO foi instalada no paciente no H2 da Unimed Botucatu pela equipe composta pelo cirurgião cardíaco Dr. Marcello Laneza Felicio, Dr. Flávio Brito, Dr. André Garzesi e Dr.

Eduardo. “Esta modalidade de assistência circulatória mecânica mantem o paciente vivo enquanto o pulmão diminui o seu trabalho e se recupera. O implante da ECMO foi bem sucedido e esperamos que mais pacientes possam se beneficiar deste procedimento”, disse Dr. Felicio

Médicos, enfermeiros, técnicos e fisioterapeutas da UTI do Complexo Hospitalar receberam orientações e contribuem para dar suporte e conduzir o paciente, que nas primeiras 48 horas teve o acompanhamento de equipe multiprofissional exclusiva.

“Toda a equipe recebeu orientações de manuseio com o ECMO e cuidados específicos na assistência ao paciente, que exige bastante atenção, com monitoramento e exames realizados periodicamente”, explicou o enfermeiro que coordena a UTI adulto, Roberto Oliveira.

O paciente segue conectado ao pulmão artificial. A expectativa é que esse tratamento se estenda por pelo menos 2 a 3 semanas. No país, a utilização da ECMO por mais tempo foi de 33 dias, com recuperação do paciente.

“É importante ressaltar a qualidade da equipe e da infraestrutura, que está apta a acompanhar avanços tecnológicos e praticar aqui a medicina de excelência, que nos norteia”, afirmou o Diretor Técnico, Dr. Celso Pizarro.

 

ECMO

A terapia é usada nos EUA há cerca de 40 anos e, no Brasil desde 2019 no apoio às cirurgias cardíacas e no atendimento a quadros graves de pneumonia severa, aspiração de mecônio por bebês, asma e insuficiência respiratória.

O procedimento é feito no leito da UTI (sem necessidade de remover o paciente para o centro cirúrgico) e consiste no implante de um cateter que desvia parte do sangue do corpo para uma bomba e para um oxigenador (o pulmão artificial). A ECMO ajuda a retirar o gás carbônico e a oxigenar o sangue, que retorna ao coração por um outro cateter conectado em uma veia no tórax ou no pescoço do paciente.

A terapia não é coberta pelos Planos de Saúde e ainda não está disponível em larga escala no Sistema Único de Saúde.

Por Solange Serafim


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