Pesquisadores da FMVZ/Unesp participam de desenvolvimento de referencial de bem-estar para búfalos
07/12/2021
Pesquisadores da FMVZ/Unesp participam de desenvolvimento de referencial de bem-estar para búfalos

O convite foi feito devido ao constante aumento da produção bubalina, a necessidade de desenvolver um referencial de bem-estar para búfalos e o reconhecimento do nosso trabalho como pesquisadores da espécie

 

Um grupo de trabalho integrado pelo professor André Mendes Jorge, do Departamento de Produção Animal e Medicina Veterinária Preventiva da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Unesp, câmpus de Botucatu, juntamente com Caroline de Lima Francisco, doutora em Zootecnia pela FMVZ e pesquisadora no Centro de Pesquisas Tropicais em Bubalinos (CPTB) e a professora Rosangela Poletto, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) desenvolveu referenciais de bem-estar para bubalinos destinados a produção de carne e leite.

O trabalho teve início em 2019, a partir do convite de Luiz Mazzon, Diretor Geral para a América Latina e Ásia da Humane Farm Animal Care (HFAC), para que Caroline e o professor Jorge passassem a integrar o comitê científico da instituição. A HFAC é a principal organização internacional sem fins lucrativos de certificação para a melhoria das condições da produção animal e respectiva produção de alimentos. Sua missão é implementar as práticas de bem-estar animal, desde o nascimento até o abate.

“O convite foi feito devido ao constante aumento da produção bubalina, a necessidade de desenvolver um referencial de bem-estar para búfalos e o reconhecimento do nosso trabalho como pesquisadores da espécie”, explica o professor Jorge. “Desenvolver os referenciais de bem-estar é um feito inédito para a cadeia da bubalinocultura mundial e surtirá efeito na vida de milhares de animais”.

Na América Latina e Ásia, a HFAC é representada pelo Instituto Certified Humane Brasil, organização sem fins lucrativos que gerencia o programa de certificação de bem-estar animal para produtores e empresas (https://certifiedhumanebrasil.org/

Os referenciais foram divididos em “Bubalinos de Corte” e “Bubalinos de Leite” de acordo com o objetivo da produção e considerando as diversas situações e sistemas de produção encontradas e aplicadas em distintas regiões do mundo. “Apesar de ainda timidamente divulgada, a produção de búfalos, seja para corte ou leite e seus derivados, tem importância expressiva na agropecuária brasileira e mundial. Nada mais compreensível que os referenciais sejam únicos, respeitando a individualidade e necessidades dos animais de acordo com a categoria e o sistema de produção, e, principalmente, que não estejam vinculados a nenhuma outra espécie. É o que sempre argumentamos “búfalo é búfalo” e isso foi prontamente compreendido e adotado pelos representantes da HFAC”, destaca Caroline Francisco.

A primeira versão dos referenciais foi finalizada este ano e, atualmente, está na fase de testes e adequações. Os pesquisadores confirmam que os referenciais serão lançados em breve para que os produtores de búfalos interessados em aplicá-los à criação possam certificar seus produtos por meio do programa de bem-estar animal Certified Humane®. Tal medida deve agregar mais valor à carne, ao leite e derivados da espécie, que já são reconhecidos por apresentarem excelentes características físicas, químicas e nutricionais.

“Como o próprio nome diz, são referenciais, ou seja, indicações validadas que servirão de orientação para a melhoria do bem-estar dos búfalos, de acordo com o sistema de produção em que eles se encontram”, relata Caroline. “Assim, a adoção das orientações e respectivas adequações pelos produtores está estritamente vinculada ao tipo de produção e sistema em questão e não pode ser generalizada. Cada caso é um caso, literalmente”, finaliza.

“Estamos convictos do papel da universidade e de cada membro representante dela em trabalhos de extensão como esse e no valor imensurável que têm para o agronegócio e, principalmente, para os animais de produção”, conclui o professor André Mendes Jorge.

Por – Sérgio Henrique Santa Rosa


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