Professor da Unesp de Botucatu alerta que muita gente age como se a pandemia de covid-19 tivesse acabado
15/04/2022
Professor da Unesp de Botucatu alerta que muita gente age como se a pandemia de covid-19 tivesse acabado

Caldas lembra que as ruas e estabelecimentos lotados de gente sem máscaras não são a conduta mais adequada

 

Desde o início da pandemia de covid-19, o novo coronavírus, o professor doutor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), Antônio Luiz Caldas Júnior, juntamente com o professor João Carlos Vieira, vêm apresentando levantamentos estatísticos com gráficos sobre a evolução da doença no Município.

Caldas aponta que, atualmente, pouca gente está se manifestando sobre se os casos estão subindo ou descendo, como se a pandemia tivesse se encerrado e a Cidade tem “apenas uns casinhos isolados aqui e ali".

“Por isso eu e o professor Vieira, mais uma vez, lançamos mão de uma ferramenta epidemiológica corriqueira, mas poderosa, que é avaliar e variação da média móvel dos últimos dias, comparando a cada dia com a do 14º dia precedente”, explica.

Caldas aponta que a média vinha caindo até o final de março (estava assim desde 2/2). A partir daí os casos voltaram a aumentar continuamente em Botucatu e a média móvel também. “Não é difícil entender o que está se passando. Os números estão falando para os queiram ouvir. Infelizmente não são divulgados para a população”, diz o doutor da HCFMB.

Caldas lembra que as ruas e estabelecimentos lotados de gente sem máscaras, não são a conduta mais adequada. “A epidemiologia é apenas uma ferramenta, usa quem tem vontade. Apesar do clima e das atitudes de “fim de pandemia”, era evidente que nas últimas semanas a queda já vinha se arrefecendo”, reflete Caldas.

Ele aponta que o número de casos foi tão alto em janeiro e fevereiro que as pessoas foram induzidas a acreditar que tudo estava acabando. “Mas alguém que olhe os números verá que, apesar da melhora, a média de casos nas últimas 5 semanas é 20 vezes maior do que em novembro de 2021”, compara.

O professor doutor realça que não é possível predizer o que se passará nas próximas semanas, mas alerta que além destes números é bom lembrar de fatos que reforçam a necessidade de cautela, uma vez que a taxa de contágio (Fator “R”) cresce na região nas últimas 2 semanas e a disseminação da sub-variante XE da ômicron, superinfectante, vem provocando um explosivo aumento de casos em países da Ásia e Europa.

Ele também lembra que as escolas e empresas voltaram a 100% de atividades presenciais; o uso de máscaras deixou de ser obrigatório em quase todos ambientes, mesmo fechados embora nas universidades ainda seja obrigatório; e finais de semana prolongados.

“Estas são algumas preocupações que o professor  Vieira e eu temos externado por aqui. Vamos aguardar e torcer para que se passe o melhor, mas torcida não basta. É preciso agir e ter responsabilidade pessoal e social”, conclui Caldas.


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