Teste da Unesp de Botucatu que rastreia covid-19 em 'pool' de saliva vira inovação social
03/10/2020
Teste da Unesp de Botucatu que rastreia covid-19 em 'pool' de saliva vira inovação social

Foto - Divulgação

Técnica ajuda a identificar pacientes, funcionários, docentes, pesquisadores ou qualquer indivíduo assintomático e aplicada de forma periódica, tem potencial para agilizar o retorno seguro às atividades presenciais

 

A Agência Unesp de Inovação (Auin) reconheceu como "inovação social" de especialistas da Faculdade de Medicina do Hospital das Clínicas (FMHC) da Unesp de Botucatu, o desenvolvimento da técnica de rastreamento epidemiológico-molecular por "pool" de saliva para identificação da presença do SARS-CoV-2, vírus causador da covid-19, o novo coronavírus.

Esta técnica ajuda a identificar pacientes, funcionários, docentes, pesquisadores ou qualquer indivíduo assintomático. Se aplicada de forma periódica, tem potencial para agilizar o retorno seguro às atividades presenciais. Esse reconhecimento deixa a técnica à disposição da sociedade.

"O registro como inovação social é uma garantia da transferência de uma tecnologia criada pela Unesp em benefício da sociedade. Ou seja, o protocolo desenvolvido dentro da academia vai ficar disponível para as instituições que desejarem", afirma o professor Guilherme Wolff Bueno, assessor da Agência Unesp de Inovação. "É extremamente relevante transformar a ciência em inovação e essa inovação chegar à sociedade, ainda mais em um momento de pandemia como o que vivemos".

Desenvolvida por meio de uma parceria entre a Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) e a Faculdade de Medicina (FMB), ambas da Unesp, com o Hospital das Clínicas de Botucatu (HC-FMB-Unesp), sob gestão da Secretaria de Estado da Saúde, a inovação social consiste num método de triagem periódico de profissionais de saúde, de universidades e de outros serviços públicos ou privados e pacientes internados em hospital por razão não associada à Covid-19 para identificação do SARS-CoV-2 em saliva.

O protocolo, que também já foi regulamentado pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do HC de Botucatu, começou a ser testado em julho em estudantes de medicina em período de internato no hospital. Depois, a técnica passou a ser utilizada em profissionais de saúde e outros colaboradores do HC, além de algumas unidades da Unesp, como nos hospitais veterinários de Jaboticabal e Botucatu e prédio da Reitoria, em São Paulo, para dar mais segurança à rotina das atividades presenciais.

Os seis unespianos que se tornaram os "pais" desta inovação social são os professores Rejane Maria Tommasini Grotto (FCA), Alexandre Naime Barbosa (FMB) e Carlos Magno Castelo Branco Fortaleza (FMB), além dos pesquisadores Lucas Gabriel Ribeiro, Cristiane Nonato da Silva e Raphael Pereira Cassamassimo.

 

Resultados

Na Unesp, desde julho, já foram realizados cerca de 10 mil testes por meio da técnica de rastreamento por pool de saliva e todos os casos positivos foram confirmados pelo teste molecular RT- PCR. Ou seja, houve 100% de concordância nos resultados. Outras instituições, tanto no setor público quanto no setor privado, já manifestaram aos cientistas da Unesp o interesse em utilizar a inovação social.

 

Como funciona

Por meio da técnica padronizada no Laboratório de Biologia Molecular do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), sob responsabilidade da professora Rejane Grotto, a saliva da cavidade oral é coletada e utilizada como fonte para constituição do pool de até 15 pessoas, em periodicidade variável conforme o risco ocupacional.

Cada pool de saliva é processado para detecção do SARS-CoV-2 e, em casos de pools positivos, os testes são repetidos individualmente e a pessoa infectada é encaminhada ao epidemiologista responsável para o diagnóstico oficial e isolamento. Conduta dos contactantes da pessoa contaminada também é acompanhada pela equipe de epidemiologia.

 

Aplicação no SUS

No certificado de Inovação Social emitido pela Auin, destaca-se a possibilidade de aplicação da técnica nos serviços de saúde de forma geral, em especial nas unidades que compõem o Sistema Único de Saúde (SUS), como "intervenção epidemiológica-laboratorial", de maneira a possibilitar uma "abordagem multimodal (ou seja, em diversos aspectos) do controle de infecção e da saúde ocupacional em um complexo ligado a hospitais, universidades e outros serviços que o necessitem".

Fonte - JCNET


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