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A sugestão é estender por mais um ano o Acordo Coletivo de Trabalho do ano passado, mantendo os atuais benefícios dos funcionários, mas sem que seja concedido o reajuste de 5%
O vice-presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, propôs nesta quinta-feira (27) um acordo entre os Correios e seus funcionários, que estão em greve desde o dia 17 de agosto.
A sugestão do magistrado é estender por mais um ano o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) do ano passado, mantendo os atuais benefícios dos funcionários, mas sem que seja concedido o reajuste de 5%. Além disso, ele coloca como condição para a celebração do acordo o fim da paralisação dos trabalhadores.
Na última sexta-feira, os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) formaram maioria para manter liminar que previa apenas um ano de vigência do ACT. Com isso, a negociação recomeçou do zero no TST.
No dia 25, a empresa ajuizou o Dissídio Coletivo de Greve no TST e sinalizou a retomada das negociações. Hoje, houve então a primeira deliberação. O ministro pediu que as partes respondessem até às 19 horas de hoje se aceitavam ou não a proposta.
Em nota, os Correios informaram que não poderão aceitar a manutenção de mais um ano dos benefícios atuais, ainda mais em um cenário de alta dos custos por conta da pandemia do coronavírus.
"Desde o início da negociação do Acordo Coletivo de Trabalho 2020/2021, os Correios têm sido transparentes sobre a sua situação econômico-financeira, agravada pela crise mundial causada pela pandemia de Covid-19", diz a estatal.
"Desde o início da negociação do Acordo Coletivo de Trabalho 2020/2021, os Correios têm sido transparentes sobre a sua situação econômico-financeira, agravada pela crise mundial causada pela pandemia de Covid-19", diz a estatal.
"A empresa não tem mais como suportar as altas despesas, o que significa, dentre outras ações que já estão em andamento, discutir benefícios que foram concedidos em outros momentos e que não condizem com a realidade atual de mercado, assegurando todos os direitos dos empregados previstos na legislação", completa.
Os Correios afirmam ainda que a economia brasileira está sendo afetada como um todo e que "confia no compromisso e responsabilidade de seus empregados com a sociedade e com o país, promovendo o retorno ao trabalho das pessoas que ainda se encontram em greve, já que a questão encontra-se em juízo". Os trabalhadores contestam a versão de queda de receita, mas sinalizaram que abririam mão da reposição salarial de 5%.
O secretário da FENTECT (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares), Emerson Marinho, afirmou à coluna que o acordo poderia ser votado nas Assembleias e que a ideia era sugerir por sua aceitação e pelo fim do greve. Como uma das partes não se manifestou favorável a ideia de acordo do ministro do TST, o próximo passo é que haja o julgamento do dissídio na corte trabalhista.
Fonte - UOL