SP prevê vacinação contra coronavírus de segunda a sexta e horário reduzido aos finais de semana
06/01/2021
SP prevê vacinação contra coronavírus de segunda a sexta e horário reduzido aos finais de semana

Cronograma, que deve ser iniciado no dia 25 de janeiro, foi apresentado pelo governo paulista e o Instituto Butantan deve enviar pedido de registro e liberação para uso emergencial da CoronaVac nesta quinta, quando governo pretende divulgar dados da eficácia da vacina

 

O governo de São Paulo apresentou novos detalhes do Plano Estadual de Imunização contra o coronavírus nesta quarta-feira (6), e informou que a vacinação irá ocorrer de segunda a sexta, das 7h às 22h, e de 7h às 17h aos sábados, domingos e feriados.  O anúncio foi feito pelo secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn, durante a reunião do governador João Doria (PSDB) com prefeitos do estado para tratar do plano de vacinação.

Produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, a CoronaVac ainda precisa ter a eficácia comprovada antes de ser liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A previsão do governo de São Paulo é a de que os documentos sejam entregues à Anvisa nesta quinta-feira (7), quando também devem ser divulgados os resultados dos testes feitos no país.

Mesmo com os adiamentos na divulgação da eficácia da CoronaVac, o governo mantém a previsão de início da vacinação no dia 25 de janeiro, aniversário de São Paulo. O secretário também informou que além dos 5.200 postos de vacinação já existentes nas cidades do estado, esse número deve ser ampliado para 10 mil com a utilização de escolas, quartéis da PM, estações de trem, terminais de ônibus, farmácias e sistema drive-thru.

Na 1ª fase, devem ser vacinadas 9 milhões de pessoas no estado. Como a CoronaVac prevê duas doses, estão previstas 18 milhões de doses para essa fase. Além de idosos com mais de 60 anos, serão contemplados os profissionais de saúde, indígenas e quilombolas (veja as datas para cada grupo prioritário abaixo).  Quando apresentou o plano, o governo afirmou que as 9 milhões de pessoas que serão vacinadas na primeira fase correspondem à estimativa desses grupos prioritários em São Paulo: 7,5 milhões com 60 anos ou mais; e 1,5 milhão de trabalhadores da saúde, indígenas e quilombolas.

“Lembrando que os trabalhadores da área da saúde serão médicos, enfermeiros, mas também toda aquela população que trabalha dentro das unidades hospitalares e que nós realmente precisamos que eles continuem com saúde para não serem afastados em decorrência dessa doença”, disse o secretário. No total, o governo de São Paulo recebeu até agora da China o equivalente a 10,8 milhões de doses da CoronaVac, considerando os lotes de vacina já pronta para aplicação e os de insumos que serão processados e envasados pelo Instituto Butantan.

Cronograma estadual de vacinação contra a Covid-19, segundo governo de SP

Público-alvo

    Primeira dose   

Segunda dose

Trabalhadores da saúde, indígenas e quilombolas

     25 de janeiro

15 de fevereiro

75 anos ou mais

     08 de fevereiro

 1° de março

70 a 74 anos

     15 de fevereiro

 08 de março

65 a 69 anos

     22 de fevereiro 

15 de março

60 a 64 anos

      1° de março

22 de março

Na logística da 1ª fase de imunização, o governo do estado prevê:

  • Atuação de 54 mil profissionais de saúde;
  • Uso de 27 milhões de seringas e agulhas (como são descartáveis, os materiais a mais fazem parte de uma margem de segurança);
  • 5.200 câmaras de refrigeração;
  • 25 postos estratégicos de armazenamento e distribuição regional;
  • 30 caminhões refrigerados de distribuição diária;
  • 25 mil policiais para escolta das vacinas e segurança dos locais de vacinação.

 

Isolamento Social

Jean cobrou dos gestores municipais empenho na fiscalização das medidas de isolamento estabelecidas pelo plano estadual da quarentena contra a Covid-19. Durante a reunião, ele afirmou que o estado está contratando profissionais e ampliando o número de leitos para tentar conter o avanço da doença.

"Nós tivemos um incremento do número de casos, óbitos e internações em todas as regiões do nosso estado. Entendemos que era algo que jamais imaginávamos tanto no mundo, no Brasil e no próprio estado porque vivenciávamos, durante 12, 13 semanas, uma evolução de queda de todos esses índices e que de uma forma muito abrupta voltou a varrer tanto vidas quanto encher os nossos hospitais", disse o secretário.

Durante seu discurso na reunião, Doria disse que a prioridade dos governantes deve ser a área da saúde com a proteção à vida, defesa da ciência e vacinação. O governador criticou os prefeitos dos 20 municípios que não aderiram à fase vermelha durante as festas do fim do ano.  A reunião contou com a participação da primeira dama, Bia Doria, de secretários estaduais e membros do Centro de Contingência do Coronavírus.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Marco Vinholi, disse que o estado não distingue partido político, e ressaltou que o auxílio do governo para os municípios vai priorizar os que cumprirem o Plano São Paulo. “Se não cumprirem as regras da Saúde e da vida, nós notificamos e encaminhamos ao Ministério Público.”  Os encontros virtuais com os prefeitos devem ocorrer a cada 6 meses e o próximo está marcada para o mês de julho.

 

Eficácia da CoronaVac e registro na Anvisa

Representantes do Instituto Butantan se reuniu nesta quarta-feira (6) com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para tratar dos resultados da CoronaVac, vacina contra o coronavírus desenvolvida pelo Instituto em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.  A previsão é a de que os dados sobre a eficácia dos testes feitos no Brasil sejam divulgados em coletiva de imprensa do governo paulista nesta quinta (7).

Por questões de sigilos contratuais, o governo paulista não pode antecipar quais foram os índices obtidos no Brasil, mas, de acordo com o revelado pelo secretário da Saúde anteriormente, a vacina não atingiu 90% de eficácia nos testes que foram feitos.  Os resultados deveriam ter sido divulgados no dia 23 de dezembro, mas foram adiados pela segunda vez pelo governo paulista. Antes, a previsão era de que eles fossem conhecidos em 15 daquele mês.

Segundo o governo, a fase 3 dos testes da CoronaVac no Brasil registrou pelo menos 170 voluntários contaminados.  O estudo conclusivo mede a taxa de eficácia do imunizante comparando quantos caos confirmados ocorreram nos voluntários que receberam placebo e quantos naqueles que tomaram a vacina. A taxa mínima de eficácia recomendada pela Anvisa é de 50%.  No final do ano passado, a Turquia informou publicamente ter chegado ao percentual de 91,25% de eficácia da CoronaVac em testes preliminares feitos com 1,3 mil voluntários.


CURTA NOSSO FACEBOOK

PREVISÃO DO TEMPO

© Tribuna de Botucatu todos os direitos reservados.