Beirando o colapso, Araraquara tem ruas desertas e blitz em primeiro dia de lockdown contra a covid-19
15/02/2021
Beirando o colapso, Araraquara tem ruas desertas e blitz em primeiro dia de lockdown contra a covid-19

Fotos - Divulgação

Com a medida, mais rigorosa do que a fase vermelha estabelecida pelo governo do Estado, a prefeitura pretende conter a contaminação e evitar que o sistema de saúde da cidade, que beira o limite, entre em colapso

 

O lockdown de 15 dias passou a vigorar nesta segunda-feira, 15, em Araraquara depois que a variante do novo coronavírus de Manaus foi confirmada na cidade. Blitz foram realizadas pela prefeitura e uma perua VW Kombi com alto falante circulou orientando e pedindo a colaboração da população. Com a medida, mais rigorosa do que a fase vermelha estabelecida pelo governo do Estado, a prefeitura pretende conter a contaminação e evitar que o sistema de saúde da cidade, que beira o limite, entre em colapso.

O decreto municipal determina que apenas serviços essenciais podem funcionar e limita os horários: supermercados até 20h, postos de combustíveis até 19h. Em qualquer horário, as pessoas devem justificar porque estão fora de casa. No primeiro dia, houve pouco movimento nas ruas da cidade de 238 mil habitantes, na região central do estado.

No centro, apenas alguns estabelecimentos considerados essenciais atendem entre a sequência de lojas com as portas abaixadas. Poucos carros e pessoas circularam. Até as 13 horas desta segunda, 217 pessoas foram abordadas pela fiscalização da prefeitura em diferentes pontos da cidade.

Segundo a prefeitura, o Instituto de Medicina Tropical, vinculado à USP, confirmou nesta segunda-feira 12 amostras de cepas do coronavírus encontradas em Manaus identificadas em pacientes que testaram positivo para covid em Araraquara. Após reavaliação, não foi confirmada a variante do Reino Unido na cidade.

O prefeito Edinho Silva (PT) afirma que o comitê local relacionado à covid submeteu amostras para sequenciamento de cepas após verificarem mudanças no perfil da doença na cidade. “Com ritmo de contaminação muito forte. Um vírus mais agressivo e que agrava o quadro em jovens”, detalha.

Segundo o prefeito, o endurecimento das medidas foi discutido com representantes da secretaria de Saúde do Estado e gestores dos hospitais particulares da cidade, que - assim como os hospitais públicos - estão com a ocupação muito elevada. A prefeitura também busca dobrar sua capacidade de produção de oxigênio e abrir mais leitos, mas esbarra na dificuldade em encontrar novos médicos.

“Se não fizermos isso, nas próximas duas semanas nosso sistema entre em colapso”, afirma Edinho, que teme que o mesmo ocorra em diferentes partes do Estado. Ele diz que o intuito é, com o distanciamento, fazer a curva de contaminação cair e, por ora, não cogita prorrogar o lockdown.

 “As amostras mais antigas que a gente conseguir resgatar, a gente também vai enviar”, diz a secretária de Saúde, Eliana Honain, sobre o intuito de se descobrir desde quando essas cepas estão circulando pela cidade. A cidade, que já fazia testagem em massa no segundo semestre de 2020 e estava com baixa taxa de mortalidade, continua realizando testes durante o lockdown.

Na UPA da Vila Xavier, unidade pública em que os pacientes com sintomas devem buscar atendimento, o movimento era grande nessa segunda-feira, 15. Na rede pública, a Santa Casa, o Hospital de Campanha e agora o Pronto-Socorro do Melhado têm pacientes com covid internados.

Segundo o prefeito, antes a cidade chegou a receber pacientes da região de Bauru, mas no momento há apenas pacientes da sua própria região. Além disso, pacientes de Araraquara já foram transferidos para as regiões de Barretos, São José do Rio Preto, Osasco e São Paulo. Com o lockdown vigorando, a rodoviária amanheceu quase vazia.


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