Estiagem afeta nível do Rio Tietê e compromete a pesca e turismo em Anhembi
09/07/2021
Estiagem afeta nível do Rio Tietê e compromete a pesca e turismo em Anhembi

País vive a pior seca dos últimos 91 anos e a queda no nível do rio afeta a navegação em alguns trechos do rio a profundidade está menor que 1 metro

 

As cidades abastecidas pela Hidrovia Tietê-Paraná já estão sentindo os reflexos do menor nível de chuva registrado no Brasil nos últimos 91 anos. Em Anhembi, que tem como uma importante fonte econômica a pesca e o turismo do Rio Tietê, em alguns trechos do rio a profundidade está menor que 1 metro, o que dificulta a navegação.

A Marinha classificou o calado, a medida para navegação, em 80 cm, e para escoar a produção de grãos, a navegação de carga, seria necessário no mínimo 2,70 m, o que não acontece na região há anos por causa do nível do rio.

Segundo levantamento feito em maio, o armazenamento de água nos reservatórios do Sudeste é o menor para essa época desde 2015 e bem próximo do registrado em 2001, quando o país passou por um racionamento de energia.

Mas agora esse nível baixou tanto que está afetando a pesca, além do turismo, já que as embarcações maiores e as lanchas nem conseguem sair das rampas para navegação. São 98 pescadores profissionais que dependem da pesca no Rio Tietê em Anhembi.

“A gente pegava em média de 40 a 50 quilos de peixe por dia, era o que dava para gente poder tirar o sustento e hoje tem dia que nem um quilo a gente consegue, não pesca nada. Há dois anos a gente tem enfrentado a queda no nível do rio na cidade e ele não sobe mais”, afirma o pescador José Carlos Pombo.

“Esse assoreamento é até uma ocorrência natural, mas na nossa região ele tem sido potencializado pelo efeito da falta de chuva, diminuição da mata ciliar, lixo depositado nos rios e pouca atividade de dragagem. A boa notícia que a gente tem é que isso pode ser revertido. Ao realizar a dragagem nós conseguimos restabelecer a profundidade original que eu preciso para estabelecer uma navegação com segurança na região que fica em torno de 2,70m e assim eu posso voltar a operar esse importante terminal que fica aqui na nossa região. Um infinidade de produtos poderiam estar passando pelas hidrovias, mas hoje estão na rodovia”, explica Luís Fernando Nicolosi Bravin, especialista em tecnologia naval.

Segundo o painel de obras paralisadas no Tribunal de Contas do Estado existe uma obra para desassoreamento na região de Anhembi que começou em 2014 e foi paralisada por problemas de inadimplência da empresa responsável.

O Departamento Hidroviário do estado de SP informou que está trabalhando em um projeto para desassoreamento do rio na região de Anhembi, mas no momento tem outras obras em andamento.

Sobre a Hidrovia Tietê-Paraná existe a possibilidade de interrupção a navegação para o foco na geração de energia, por isso, o departamento está estudando com Agencia Nacional de Águas a redução gradativa do calado na tentativa evitar a paralisação total.

G1


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